quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Snowboard e uma noite em Bremen

Bom, o Natal passou mais uma vez e espero que todos tenham vivenciado ótimos momentos nesse período. Minha noite foi bem interessante. Fui com os três mineiros e a carioca que ficaram por aqui a um pequeno jantar organizado pelo escritório estudantil da faculdade, conversamos um pouco com a galera de lá e até ganhamos presentes, presentes que mais tarde seriam utilizados para o nosso grande amigo secreto de 5 participantes, hehe. Para encerrar a noite uma bela ceia com um kassler de porco no molho de cerveja (pois é, cerveja até na comida) acompanhado de arroz e purê, um pavê de sobremesa e filmes de natal. No dia 25 repetimos a mesma operação durante o almoço e degustamos um barril de chopp.

A semana então prosseguiu no marasmo até a segunda, quando resolvemos praticar um pouco de snowboard. E bem... não saiu muito da prática não. Simplesmente não dá pra ficar em pé nesse negócio no meio de um morrinho de neve. Tudo que ganhei neste dia foi apenas uma bunda gelada de tanto cair com ela na neve, vários pequenos cortes na mão depois de eu cair e sair escorregando pelo morro tentando parar usando a mão num trecho onde o gelo mais parecia um ralador, e para completar ainda perdi meu relógio e tive que voltar ao parque para procurá-lo no meio da noite com a ajuda de uma lanterna. Por sorte consegui encontrálo no meio da neve.

Então a terça era dia de colocar em prática o "aprendizado" do dia anterior. Fomos para uma cidade vizinha numa região mais montanhosa onde havia várias pistas para a galera esquiar. A paisagem era totalmente composta por pinheiros, somente pinheiros para tudo quanto era lado, todos completamente cobertos de neve. E para completar, gente. Muita gente. Gente que não tem nada melhor para fazer numa terça e resolve ir brincar de esquiar. Resultado: não havia mais botas de snowboard disponíveis para alugar. Depois de muito tempo discutindo se voltaríamos para Braunschweig ou não, acabamos encontrando uma colina onde a turma alugava trenós para descer a colina. Perfeito. Era muito mais simples e divertido ficar descendo e subindo a colina de trenó do que tentar se manter em pé num snowboard.

À noite voltei para casa crente que ia descansar, até receber uma mensagem no celular. Na noite anterior eu havia ligado para Lucas para saber como faria para pegar com ele as coisas que minha mãe tinha mandado. E ele me respondeu que a mala do pai dele onde estavam minhas coisas tinha sido extraviada e não havia nenhuma notícia dela. Tenso. Eles viajariam na quarta para Paris, ou seja, se nas próximas 24 horas essa mala não aparecesse eu ficaria sem a minha roupa para a festa de ano novo.

Mas novamente eu dei sorte. No dia seguinte recebi a mensagem de Lucas dizendo que a mala tinha sido encontrada e já estava com ele. O que eu teria que fazer agora? Pegar um trem e fazer uma viagem de quase duas horas e meia para Bremen para pegar a mala e voltar. Então lá fui eu para Bremen de noite, e ao chegar lá tenho uma surpresa bastante agradável: o próximo trem para voltar a Braunschweig só sairia de 4:20, e eram 23:30. Ou seja, eu teria que ficar vagando por Bremen por cinco horas num frio miserável. Minha única opção era encontrar um bar.

E foi justamente o que fiz. Após passar no hotel para pegar minhas coisas fui para um pub irlandês que ficava do lado da Hauptbahnhof, e que eu tinha ido quando visitei Bremen (ainda falarei da viagem). A ideia era tomar uma cervejinha e ficar resolvendo sudoku esperando o tempo passar. E ao chegar no pub, fui procurar um banco para me sentar e fui surpreendido por um grupo de mulheres que chegaram com um papo meio doido. Sorte mais uma vez, mal havia chegado e arrumei companhia para passar o tempo no bar. Depois ainda apareceram uns malucos uniformizados com roupas de hóquei. Eles tinham viajado da Bavária para Bremen para ver o time de hóquei deles levar uma lapada de 4 a 0.

Enfim, aproveitei o tempinho com essa galera meio maluca, tomei uma cervejinha, ainda fui atendido por um brasileiro que trabalhava no bar e encerrei a noite numa boate com o pessoal. De repente já eram quatro da manhã e eu estava pronto para voltar para casa.

E amanhã é hora de encarar o trem mais uma vez, novamente para Düsseldorf, para curtir uma festa de ano novo que tem tudo para ser a melhor da minha vida. Meu uniforme já está preparado. Agora só falta partir para a guerra. E que 2011 seja um ano de muitas batalhas e vitórias para todos. Abraços.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um Natal bem gelado para todos vocês.

Então é Natal. Dessa vez bem diferente do normal. A neve aqui é de gelo mesmo e não de isopor. Papai Noel aqui pode entrar nas casas pela chaminé e não pela janela. Natal aqui é frio mesmo, não é aquela noite quente. Em várias cidades temos os Weihnachtsmarkts (que para quem ainda não descobriu o que é, é o mercado de Natal), com muitos pães com salsichas, muitos amendoins doces, muito gluhwein, e outras incontáveis variedades de comidas, doces e bebidas para encher a barriga da galera.


As cidades estão cobertas de neve, as casas e ruas iluminadas, tudo muito bonito e muito mágico, exatamente como aparece nos filmes de Natal que costumamos assistir. Esse é o Natal de verdade.


Será mesmo? Seria o Natal longe de todos os parentes e amigos mais próximos, sem aquela ceia farta nas casas das avós, sem aqueles tios malandros pra tomar uma com você e tirar onda da sua cara, sem as tias pra dizer, sem os primos e primas para colocar o papo em dia, sem um pai ou uma mãe por perto para dizerem que amam você e você poder dizer o mesmo. Seria esse um Natal de verdade?


Por que não? Natal é Natal em qualquer canto e em qualquer companhia. E sou muito grato por ter a oportunidade de neste ano poder celebrar um Natal diferente, num lugar novo e ao lado de pessoas novas. Pessoas incríveis que eu conheci ao longo dos últimos meses e hoje estão no mesmo barco que eu. Só nos resta então celebrar este momento juntos com a certeza de que esta noite será uma noite tão bonita e emocionante quanto todas as outras que vivemos nos anos anteriores.

Deixo aqui então a todos aqueles que sempre estiveram ao meu lado os meus desejos de paz e felicidade para este Natal. Que todos tenham uma noite maravilhosa ao lado de pessoas queridas e divirtam-se bastante.


Faço minhas as palavras de Tico Santa Cruz. Desejo muita luz, amor, paz, saúde, harmonia, energias positivas, criatividade, união, respeito, que seus sonhos se tornem reais, que vocês tenham sempre força para seguir em frente, para ultrapassar todas as barreiras e obstáculos da vida sempre de cabeça erguida e honestamente.


Para encerrar a mensagem, postarei duas músicas dedicadas a todos vocês, pessoas incríveis, que me fazem um bem imenso e certamente farão falta hoje.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Duas noites fracassadas

Para aqueles que se divertiram com as minhas mancadas com as chaves do meu quarto, está na hora de rir um pouco das minhas desgraças. Não precisam ter vergonha em rir disso, porque se eu me importasse não estaria escrevendo.

Enfim, a primeira noite começou como toda sexta feira qualquer. Não tive aula, só precisei me preocupar em ir para a academia e planejar o que fazer de noite. Na minha página de eventos do facebook estava um convite para participar de uma festa organizada pelos espanhóis num dos Wohnheims da cidade, o Michaelishof. Para mim era uma ótima opção.

Juntamos a trupe dos brasileiros e combinamos tudo para ir à festa. Jantamos e eu segui para o meu quarto me arrumar. Ao retornar fui informado de que nosso tram passaria na nossa parada em nove minutos. Tranquilo. Eu estava pronto (com minha Pitú, alguns limões e açúcar dentro de uma sacola para preparar aquela caipirinha mais tarde) os outros também estavam. Então não havia razão para se preocupar.

Mas eis que alguém diz que era necessário comprar um gluhwein (um tipo de vinho quente, ruim como todos os vinhos, que a galera daqui adora tomar nessa época) para que eles não chegassem na festa de mãos vazias. Saímos correndo para o supermercado do lado do prédio para comprar o maldito gluhwein. Compramos rapidamente, e então tivemos que encarar a porra da fila do supermercado. Adivinha o que aconteceu? Perdemos o tram.

O próximo só chegaria em 15 minutos. O que fazer agora? Vamos a pé mesmo, carregando nossas bebidas no meio da chuva. Ao chegarmos na estação da prefeitura constatamos que o próximo tram que poderíamos pegar também levaria cerca de 15 minutos para chegar. Então façamos o resto do percurso a pé. Cerca de meia hora depois de sairmos do nosso querido e aconchegante APM, chegamos ao Michaelishof.

Chegamos no pátio e fomos muito bem recebidos pelo hausmeister que já veio bradando "keine party, keine party auf der kuche". O safado soube que os espanhóis estavam organizando uma pequena festa numa das cozinhas do alojamento e tratou de acabar com a brincadeira da galera. Simplesmente não tínhamos mais festa nenhuma.  E o cara ainda ficou querendo expulsar a gente do pátio, depois da entrada e no fim ainda quis expulsar a gente da calçada na frente do prédio ameaçando chamar a polícia se não fôssemos embora.

Como os espanhóis não tomavam uma atitude sobre o que iriam fazer agora, então eu e os brasileiros decidimos voltar para o APM. Mas teríamos que voltar andando de novo? Que nada, bastava voltar à estação da prefeitura e pegar o próximo tram que sairia em... 6 MINUTOS!

"Vamo depressa! Rápido que dá!" Andamos depressa, depois corremos, fizemos o que pudemos mas não chegamos a tempo. Perdemos o tram de novo e tivemos que regressar novamente a pé debaixo da chuva, com nossas bebidas intocadas. Resultado? Acabou tudo em... pizza! Literalmente! Depois de tanta bola fora só nos restava ir ao turco mais próximo e pedir uma bela pizza de salame para pelo menos terminar a noite de barriga cheia.


Seguimos então para a segunda noite fracassada. Uma noite de terça. Como todas as noites de terça, era noite de Jolly Joker. E esta era ainda mais especial porque era a última de muitos que iriam viajar para as festas de Natal e Ano Novo e só voltariam em janeiro.
Uma noite numa boate era uma boa oportunidade para eu me dar bem com as galegas. Mas dessa vez eu estava de olho numa morena, meio espanhola, meio alemã, que havia conhecido por aqui. A gente já tinha batido um papo em outras ocasiões e a família alemã dela vivia em Essen, cidade que eu iria visitar em breve. Dizer que queria conversar um pouco com ela e perguntar sobre a cidade era a deixa perfeita para chamá-la para sair e tomar uma cerveja e depois encerrar a noite na Jolly Joker.
Pois bem, assim o fiz. Falei que queria conversar com ela sobre a cidade. Ela disse que iria para a Jolly Joker e eu aproveitei para convidá-la para tomar uma cerveja antes e então seguir para a boate. Ela prontamente aceitou. Eu tinha um encontro e depois encerraria a noite numa boate. Estava tudo perfeito. Praticamente garantido, pensei.
Mas como “praticamente” não garante nada... eis que aos poucos eu fui quebrando a cara. Me encontrei com ela, conversamos um pouco enquanto andávamos em direção ao bar, até que ela me disse que um dos meus colegas do curso de alemão havia ligado para ela perguntando o que ela faria de noite e ela o convidou para ir junto conosco. FFFFUUUUUUUUUUUUU!!!!!!
Eu havia feito tudo certo. Só havia esquecido de um pequeno detalhe. Dizer para ela que essa saída deveria ser uma saída a dois. No final das contas, não só um, mas três colegas do curso apareceram para nos fazer companhia. Só para constar, os três eram americanos.
Então era isso, meu encontro estava arruinado. Mas a noite ainda não estava perdida. Ainda havia a Jolly Joker para me salvar. Afinal o bar era só a preparação do terreno. A boate seria o local do ataque.
Então dois dos americanos foram para casa e um deles seguiu com a gente para a boate. E no caminho encontramos com outro americano colega do curso, que estava inclusive morando com a minha amiga a poucos dias. Pra falar a verdade eu havia conhecido ela através dele. Enfim, fomos todos juntos para a boate.
Chegando lá fomos logo pegar mais algumas bebidas. O clima foi ficando mais descolado, a galera conhecida foi chegando aos poucos, todo mundo se divertindo, dançando, e etc. Então estava na hora de eu fazer a minha parte. Conversei um pouco com ela, se aproximando sem pressa, depois comecei a dançar com ela, mas percebi que ela não olhava direito para mim, estava sempre com o rosto virado e começou a beber sua cerveja bem rápido, querendo acabar logo com ela. Assim que acabou a cerveja ela se sentou. Eu resolvi dar um tempinho até tentar de novo e fiquei na minha, fui dar uma volta.
Eis que então, algum tempo depois eu vejo ela dançando com o americano que tínhamos encontrado no caminho para a boate. E ela parecia bem mais animada dançando com ele. E eu posso garantir, se eu já sou lento, o sujeito era três vezes mais. Foi pelo menos uma meia hora com os dois dançando e eu pensando “porra velho! Ou pega ou não pega! Agora para de enrolar!” até que finalmente saiu um beijo entre os dois. FFFUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU de novo!
Pois é, se eu estou querendo ela, mas ela quer o outro cara, quem é que vai conseguir o que quer no final? Ela, é óbvio.
O que me incomodou não foi nem o fato de ela ter beijado outro, mas toda a situação que ocorreu até isso.  Ela aceita um convite que deveria ser de uma saída a dois, chama mais três, e depois ainda beija um cara que ela já conhecia um tempão, com quem já podia ter rolado algo há tempos. Mas não podia acontecer antes né, tinha que ser justo na noite que eu escolhi para tentar investir nela. POR QUE SIMPLESMENTE NÃO RECUSASTES MEU CONVITE PARA SAIR, CARALEOS!! Teria sido muito mais simples!! Infelizmente ela não percebeu qual eram minhas reais intenções, senão talvez tivesse recusado o convite e evitado todo esse aborrecimento.
Pois é, vivendo e aprendendo (ou seria se fudendo?). Ainda bem que aqui na Alemanha o que não falta é mulher bonita. Está mais do que na hora de melhorar minha situação.

Espero então que tenham se divertido bastante com minhas frustrações hoje. Nos próximos dias falarei sobre os dias da minha viagem. Se acharam que isso foi frustração demais esperem até saber como foi minha noite em Köln. Abraços.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Maldita chave

Já estava na hora de dar mais uma geral por aqui, então vamos ao que interessa.

Nesses últimos dias eu me especializei um pouco em fazer besteiras (não me refiro a merdas, e sim besteiras mesmo) com a minha chave do quarto. Como eu havia mencionado, a tal da neve quando derrete e se mistura com a sujeira na rua vira uma bela de uma lama que fica socada em nossos sapatos aqui na cidade. Ônibus, metrô, faculdade, lojas, supermercados, tudo que com o chão limpinho que é uma beleza.

Para evitar esse problema, assim que chego em casa saio pisando com força no chão pra tirar um pouco da neve do sapato, saio arrastando ele na alcatifa do corredor e quando chego no meu quarto ainda dou umas batidas com ele na parede. Por fim o coloco diretamente dentro de uma caixa para não sujar o chão. Tudo certo não é? O quarto fica lipinho.

Bem, estaria tudo certo se eu não me esquecesse de tirar a chave do lado de fora da porta. Exatamente, por duas vezes eu fui dormir com a chave ainda do lado de fora. Na segunda vez um sujeito precisou tocar a campanhia do quarto para me avisar disso. Qual a explicação para isso? Simples. Eu chegava em casa, abria a porta do quarto, só depois é que eu tirava o sapato e então entrava no quarto e fechava a porta, deixando a chave do lado de fora. Mas já me acostumei a tirar a chave do trinco agora. Só não contava com uma noite de pressa para sair de casa e não perder o metrô. Me lembrei que eu havia esquecido (pra variar) alguma coisa. Na pressa abri a porta do quarto, peguei rapidamente o que queria, fechei a porta e saí correndo. Só dez minutos depois caiu a ficha que eu tinha deixado a chave na porta. Ainda bem que tenho colegas no mesmo prédio para me ajudarem nessas horas e pegarem a chave.

E minhas complicações com chaves não pararam por aí. Na última vez que coloquei as roupas para lavar, lembrei (mais uma vez) que faltava alguma roupa. Lá fui eu voltar para o meu quarto. Abri a porta da lavanderia e quando percebi que havia deixado a chave em cima da máquina... paft! A porta da lavanderia se fechou com minha chave lá dentro. Mais uma vez tive que recorrer aos meus colegas de prédio. Precisei ir no quarto de um deles pedir sua chave emprestada para que eu pudesse abrir a porta da lavanderia e pegar minha chave de volta.

E se os problemas parecem muitos, aguardem porque compartilharei em breve duas histórias de duas noites fracassadas. Não farei isso agora porque senão estenderia muito o conteúdo da postagem e ficaria meio cansativo. E além do mais já está tarde e eu deveria estar dormindo. Mas fica de aviso para me cobrarem depois.

Mudando um pouco de assunto, resolvi colocar a minha veia artística novamente em atividade. Descobrimos que havia aqui um pub irlandês onde toda quinta feira rolava um karaoke. Um prato cheio para mim. Não tardei em dar uma chegada lá para conferir. Um ambiente bastante agradável (mas meio caro) com gente de várias idades cantando uma imensa variedade de músicas. Deixei minha marca lá cantando City of Blinding Lights, All These Things That I've Done, Smooth e Sex on Fire. A galera aparentemente curtiu bastante. Voltarei lá para mais apresentações. Vai que aparece alguém pra me chamar pra formar uma banda...

Enfim, na semana em que eu completo três meses por aqui, depois de oito semanas árduas (tá, eu admito, não tão árduas assim) de estudo, eis que chega o momento de um merecido descanso. Duas semanas e meia para a galera dar uma viajada e aproveitar as festas de natal e ano novo. Alguns amigos brasileiros voltaram ao Brasil para curtir esse momento junto com a família e os amigos, alguns americanos, espanhóis e etc também voltando para seus respectivos países, enquanto outros farão grandes viagens.

Eu não poderia ficar de fora dessa. Tratei logo de organizar uma pequena viagem com meus colegas mineiros pelo estado de Nordrhein Westfallen e visitar algumas cidades de lá. Então é hora de dizer tchau porque ainda preciso preparar minha mala, porque se deixar pra amanhã de manhã vai acabar dando merda (nesse caso merda mesmo, hehe).

Abraços

domingo, 5 de dezembro de 2010

Enquanto isso o clima aqui só esfriando. Vamos ver até onde isso vai chegar...

Eis que então chegou a dez graus negativos. Segundo comentários no facebook da galera que está morando aqui a sensação términa bateu na casa dos dezoito negativos. Sussa.

Pois é, começo a pensar que a razão pela qual eu gosto do frio não é pelo frio em si, mas talvez pelo fato de que o frio faz com que o calor se torne algo muito mais agradável. Mas tá de boa, são só mais uns quatro meses até aliviar de novo.

Mas esse frio não pode me impedir de sair de casa e continuar minhas atividades rotineiras. De jeito nenhum. Aproveitei a semana para conferir Harry Potter no cinema numa sessão especial em inglês (pra quem não se lembra a turma aqui só vê filme dublado, uma vez ou outra rola uma sessão com o áudio original). Mas é até melhor pq o ingresso aqui é carinho, aí inibe a vontade de assistir algo.

Na quarta feira não podia deixar de bater o ponto lá no boliche para mais uma noite de treinamento árduo recompensado por bons placares. Na saída é que fiquei impressionado quando vi toda a cidade coberta de neve. Estava tudo branco. Maravilhoso. Me diverti bastante, fiz algumas bolas de neve, fiquei deslizando pelas calçadas (por sinal não dava pra distinguir onde ficava a calçada e onde ficava a rua). Tudo muito belo...

Até o dia seguinte. A mágica sumiu. Dei de cara com montes de neve que se espalhavam por todos os cantos para abrir passagem nas calçadas para que o povo pudesse caminhar. A neve que havia derretido se misturou com a sujeira da rua e virou lama. Tudo agora é uma mistura de branco com cinza e marrom. É divertido ficar andando pisando na neve até a hora de chegar em casa e perceber que você melou o quarto todinho com a sua bota suja. É, esse negócio de neve não é tão glamoroso assim.

Após um fim de semana de mais festas com os amigos (e mais neve) é chegada a hora de se despedir de um dos amigos que fiz aqui. Nosso querido Tio Adam, o sujeito que deixou as portas do seu quarto (duplo) sempre abertas para que nós pudéssemos conversar, fazer a janta e tomar uma antes de sair para algum canto. O grande Tio retorna para o Brasil deixando para nós muito aprendizado, um sonzão antigo mas que funciona muito bem, muitos pratos, talheres e copos, dois sofás, uma poltrona e etc.

Mas a vida segue. Há muito para se fazer ainda, por isso hoje eu fico por aqui e desejo um grande dia para todos. Abraços.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cadê o sol?

Pois é, eis que acordo hoje e dou de cara com o sol iluminando o céu por completo. Nada como um bom dia de sol para "esquentar" um pouco esse dia com temperatura abaixo de zero.

Sol nos próximos dias será uma coisa cada vez mais rara. Neste fim de semana teve um dia que acordei bem cedinho, de duas da tarde, após uma noite de muita festa com os argentinos, pois um deles estava fazendo aniversário. Fiquei surpreso por terem me deixado entrar na festa com a camisa do brasil. Vai ver só deixaram pq eu tava levando comigo a cerveja da aposta que eu tinha perdido pro cara. Os sujeitinhos até que sabem fazer boas festas.

Voltando ao assunto anterior, acordei bem cedinho da tarde para aproveitar ao máximo as duas horas e meia que eu teria de dia claro. Sim. Já está escurecendo de quatro e meia pra cinco da tarde. É o ambiente perfeito para criaturas de hábitos noturnos. E pensar que quando cheguei aqui só ficava escuro mesmo perto das oito horas.

Enquanto isso o clima aqui só esfriando. Vamos ver até onde isso vai chegar...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

De repente... neve!

Pois é, aos poucos o tempo foi esfriando (mais do que já estava), o solzinho agradável de outubro foi embora e as chuvas de novembro começaram, a temperatura se aproximou de zero, chegou em zero, ficou abaixo do zero, e eis que então numa bela tarde do dia 25, após assistir uma aula de Gestão da Logística da qual finalmente eu consegui começar a "escutar" o que o professor falou (quando digo escutar me refiro a distinguir as palavras ditas pelo professor, porque daí a entender realmente o que ele quer dizer já são outros quinhentos). Eis que eu saio para rua e percebo que está chovendo. Saí do prédio da faculdade resmungando e andando apressado, até que percebo que os pingos de chuva eram na verdade pedacinhos de gelo em pó (tipo aqueles que ficam grudados nas coisas que a gente guarda no freezer).

Sim! Tinha gelo em pó caindo do céu! Era neve! No caminho para a academia foi que eu percebi que já tinha caído uma quantidade razoável. O suficiente para encobrir o parabrisas de alguns carros. Pois é, apesar de no momento ainda não ser aquela neeeve de verdade já deu pra sentir um pouco como vai ficar a situação. É hora de me preparar psicologicamente para tirar minha foto no meio da rua, sem roupa, em meio a 50 cm de neve.

Por falar em roupa, gostaria de avisar a certas pessoas que se preocupam com a minha falta de agasalhos adequados para o frio que eu já comprei um casaco que ao que me pareceu é protege bem contra o frio. Pelo menos com 3 graus negativos ele se saiu muito bem. Vamos ver quando chegar a menos 20...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Notícia Urgente!

Só estou postando agora porque não podia deixar de comunicar o fato de que, depois de dois meses, finalmente joguei uma partida de dominó aqui na Alemanha!
Os caras ficaram inconformados com o fato de se jogar com 4 pedras a menos em Pernambuco, argumentaram que isso era contra a lógica do jogo e etc, e o sergipano ainda disse que "tocar" era "pingar", enquanto os outros não sabiam nem o que era um pio ou um duque.
Para a vergonha da nação pernambucana eu e meu parceiro perdemos por 6 a 5. Mas pelo menos eu encaixei uma cruzada de quina na maior cagada.

domingo, 14 de novembro de 2010

E lá se vão dois meses

Dois meses atrás lá estava eu, sozinho num avião, cruzando o Atlântico rumo à Europa para construir um novo capítulo da minha vida. De lá para cá muita coisa mudou. Revi grandes amigos, estive presente em uma das maiores festas do mundo, conheci pessoas de vários países diferentes, comecei a tomar cerveja com mais frequência, hehe. Passou muito rápido. Se as coisas continuarem nesse ritmo quando me der conta já estarei em casa novamente.

Por sinal, a primeira coisa que gostaria de relatar é que depois de todo esse tempo aqui finalmente presenciei a primeira batida de carros. Lá estava eu saindo do meu prédio para almoçar quando vejo dois carros colididos num cruzamento do lado do meu prédio. Foi uma cena muito emocionante. Me impressiona como o povo aqui não bate com o carro se tem tanta gente correndo feito louco e com uns semáforos tão malucos.

Vou ser sincero, foi mais uma semana de pouco estudo. Basicamente se resumiu às aulas que eu frequentei durante a semana (continuam cabulosas para entender, apesar do assunto de algumas parecerem simples). O idioma continuo praticando aos poucos com o pessoal que eu já conheço e com algumas pessoas novas que vou conhecendo um dia ou outro.

Mas o que importa é que eu finalmente consegui o desgraçado do visto! Depois de ter ido umas quatro vezes no escritório de imigração e o tio de lá sempre me mandar voltar com algum documento diferente eu consegui cumprir minha missão. Estou apto a permanecer no país até o fim de setembro!

Bom, como a rotina já está estabelecida, preciso falar novamente do boliche. A evolução está cada vez mais clara. Após jogar três partidas com a turma do boliche, consegui atingir a marca dos 156 pontos. O professor parece ter ficado satisfeito com o resultado, hehe.

Entre uma saída aqui e uma festa ali, resolvi tirar a sexta feira para visitar Hamburgo novamente e rever os companheiros Denis e Lucas. Juntos fizemos a alegria da galera com um pagodão nos arredores da Reeperbahn até amanhecer, com direito a um alemão (vulgo Macarrão) tocando pandeiro. Pense num cabra pra tocar bem, o brother humilhava.

A passagem por Hamburgo foi breve, depois de quase um dia inteiro acordado retornei para casa e dormi o resto da tarde, mas acordando a tempo de ver meu glorioso timbú massacrar o time do Brasiliense pelo saldo expressivo de 1 a 0. A noite já estava ganha. E para encerrar ainda pude conferir Vettel ser consagrado campeão mundial de Fórmula 1. Mais um alemão chegando no pedaço.

Pois é, por enquanto vou ficando por aqui, até porque a bateria do computador está acabando e eu esqueci o carregador no quarto de um dos brothers brasileiros. Então até a próxima. Abraços.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A rotina se estabelece

Mais uma semana que passa voando. Desse jeito quando eu menos esperar já vou estar de volta ao Brasil (tá certo, vai demorar um pouco, mas que tá passando rápido está).
A rotina está começando a ser estabelecida. Aula de Gestão Disso na segunda, de Gestão Daquilo Outro na terça, de Gestão da Gestão na quinta, adicionando algumas aulas de gramática e conversação alemãs, mais a academia algumas vezes por semana e outras atividades que a minha agenda vai sendo preenchida.
As aulas continuam complicadíssimas pra entender, fico lá na minha cadeira olhando pros professores, tentando decodificar as palavras que ecoam quando eles falam e olhando slides para ter uma ideia do que se passa na aula. A maioria das aulas parece ser bem simples, o problema é só conseguir entender mesmo o que está sendo falado. Pelo menos tenho dois argentinos e um brasileiro pra fazer companhia durante algumas aulas e tirar algumas dúvidas.
Por sinal, tive uma experiência um tanto quanto bizarra ao chegar numa das aulas um pouco atrasado (estava resolvendo coisas do visto), e constatar que não havia nenhum lugar vago para mim. Prontamente me juntei a alguns colegas que assistiam a aula encostados à parede e ali permaneci, em pé, durante cerca de meia hora até que alguns outros colegas foram embora, liberando um lugarzinho para eu sentar. Mas fazer o que se a sala possuia apenas cerca de 200 lugares. Como eu poderia querer assistir a aula sentado chegando atrasado numa sala tão pequena como essa?
Falando do visto, depois de umas quatro ou cinco visitas na porcaria do escritório de imigração, finalmente consegui o maldito papelzinho que me permite ficar aqui estudando e estagiando/trabalhando até setembro do ano que vem. Viva a Alemanha!
Passando para a parte divertida, esta semana ingressei no clube do boliche da faculdade. Agora poderei me profissionalizar (nem que seja só por um semestre). Vou treinar e me esforçar bastante para voltar a ser o craque que eu era alguns anos atrás.
No mais, estou me enturmando cada vez mais com os brasileiros (o que eu posso fazer se um deles mora num apartamento duplo, ou seja, com mais espaço, no mesmo prédio que eu?). Nos reunimos quase todos os dias para jogar conversa fora, ir para a academia ou fazer uma farra. Por sinal participamos de um evento chamado Pub Crawl, onde andávamos pela cidade indo “de bar em bar, de mesa em mesa, (sem beber cachaça), mas tomando cerveja”. Assim visitamos 5 pubs bem interessantes.
Sábado foi um dia meio malemolente, então aproveitei para dar um pulinho em Hannover (cerca de 40 min de trem daqui) e dei uma voltinha com um brother por lá. Parece ser uma cidade simpática. Preciso voltar para conhecer as baladas de lá desta vez, hehe.
Por enquanto isso é tudo. Tá na hora de ver se eu começo a estudar de verdade um pouco. Em breve estarei mandando mais notícias.

domingo, 31 de outubro de 2010

Agora o bicho vai pegar... ou não!

Então pessoal, espero que todos tenham se divertido muito nessa semana pré eleições, porque eu aqui aproveitei bastante.

Aproveitei bastante as três aulas que eu tive durante a semana. Ficar sentado olhando um professor mostrar uns slides e falar em alemão o tempo todo é bastante proveitoso. Mas não basta olhar, é sempre bom fazer uma cara de quem tá entendendo o assunto, ou ao menos interessado. As aulas de Gestão da Produção (se eu já paguei até a GP3 por que não assistir mais uma), Gestão da Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos parecem bem interessantes, talvez fossem mais se eu entendesse. Por sinal a primeira e a última são lecionadas numa sala grande pra caramba que devem caber umas 200 pessoas.

A princípio a ideia é me matricular em seis aulas, mas uma aula de gramática de alemão uma vez por semana. Mas não vai ser fácil não. Espero que eu dê conta do recado.

Já que as aulas começaram resolvi aproveitar para retomar parte da rotina da minha terrinha. Já me matriculei na academia pra fazer mais alguns exercícios além de caminhar até a morte pela cidade. Segunda eu começo pra valer.

Mas se tem uma coisa que (ainda bem) não mudou foram as farras. Por sinal essa foi a semana mais intensa até agora. Calourada na segunda pra reunir o povo da universidade, Jolly Joker na terça feira (paguei 5 euros pela entrada e recebi um cartão que me dava direito a 12 euros de consumação, não me perguntem por que eles fazem isso, o que importa é que é genial). Quarta já é obrigatório ir jogar um boliche, consegui pela primeira vez ultrapassar a barreira dos 120 pontos. Ainda bem que estou começando a recuperar uma boa forma.

Na quinta após a aula já estava deitado na cama para tirar uma sonequinha no fim da tarde quando liga um brother chamando pra ir pra academia. Eu prontamente topei, afinal seria meu primeiro dia. Se já estivesse malhando a dois meses duvido que eu iria. O prêmio por ter me levantado da cama foi uma partidinha de poker durante a noite. Fazia tempo que eu não jogava um pokerzinho. Muito bom. Melhor ainda por ter ganho da galera e saído com 8 euros (apesar de um brasileiro FD* ter inventado de pagar o cacife de 2 euros dele só em moedas de 2 e 1 centavo). Enfim, o dinheiro deu pra pagar a pizza de 60 centímetros de diâmetro que a gente comeu (quem não consegue imaginar o quão grande é isso pode pegar uma fita métrica) e ainda sobrou um pouquinho pra cerveja.

Sexta feira aqui se chama Freitag, e pra mim mais ainda porque na sexta não tenho aula. Um dia todo livre para fazer sabe o que? Ir na porcaria do supermercado comprar comida porque aqui no quarto já tava tudo acabando, ou melhor, tinha acabado mesmo. Encontrei coração de galinha no supermercado. Maravilhoso. Só falta saber como fazer pra cozinhar esse troço.

Depois de mais uma sessão na academia era hora de se preparar para mais uma festa. Afinal o que é uma Freitag sem festa? Comprei limão e preparei uma caipirinha no melhor estilo improviso pra galera. Pelo menos foi aprovada. Estávamos prontos para a farra.

E que farra, depois de voltar para casa e dormir por doze horas recebo uma ligação da minha querida amiga de faculdade Camila dizendo que iria chegar para me visitar em uma hora. Eram cinco e meia da tarde. Me levantei, tomei banho, arrumei o quarto, comi alguma coisa e me mandei pra Hauptbahnhof para recebê-la.

Mas você devia ter ido comigo e com a brasileirada para a festa de Halloween do sábado. Esse negócio de dormir cedo pra poder acordar cedo e passear pelas cidades não ta com nada. A vala é socializar com outras pessoas através das festas, hehe.

Mas até que foi bom ela ter vindo porque aproveitamos para dar uma volta pela cidade e conhecer alguns lugares que eu mesmo ainda não tinha ido. Gostaria de ressaltar que o outono aqui é uma coisa incrivelmente bonita. As plantas ficam de tudo quanto é cor. Verde, amarelo, vermelho, laranja, etc. Os parques ficam uma coisa magnífica. Tenho que tirar logo umas fotos antes que o inverno chegue com tudo.

Por sinal os últimos dias aqui até que foram de sol e com temperaturas bem amenas, bastante agradável. Algo me diz que isso é algum tipo de aviso para as pessoas de que o inverno está próximo e que o frio vai vir com tudo... é esperar para ver, e sentir.

Abraço a todos, em breve mando mais notícias.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Resumo das primeiras semanas - parte 2

Bom, aqui vai mais um resumo de notícias do que tem rolado em Braunschweig e no resto da Alemanha.

Sinceramente, já se passou um mês e eu nem percebi. Se as coisas continuarem nesse ritmo quando eu menos esperar já vou ter voltado.

Em tempo, gostaria de comentar que esta cidade no domingo praticamente vira uma cidade fantasma. Só ficam alguns bares e restaurantes abertos e outros departamentos de entretenimento como o cinema (mas me disseram que aqui a maioria dos filmes é tudo dublado, aí complica) e o meu queridíssimo boliche.
Sim! Nesta simplória e pacata cidadezinha há boliche! Isso é que é uma cidade decente! Prometi a mim mesmo jogar toda semana nem que eu tenha que deixar de comer pra isso!
Joguei umas partidinhas com uns amigos e fico muito deprimido ao constatar que meus dias de glória ficaram lá longe no passado, vou precisar praticar muito pra voltar à velha forma.

Mudando um pouco de assunto, eu pensava que estava tudo bem com meine liebe Lisa, até que ela me vem com a notícia de que eu não era o único estudante que ela ia acompanhar. Então eis que me surge um português (alguém se arrisca a adivinhar o nome do cara? ... isso mesmo! Manoel!) a princípio muito gente boa. Mas o miserável manja muito de alemão! Conversa com Lisa numa boa e entende tudo. O portuga tá me humilhando. Preciso tomar alguma atitude rápida para reverter essa situação.

Deixando a diversão um pouco de lado, entramos na parte das documentações pendentes. Meu amigo, nunca assinei tanto papel na minha vida. Documento de vínculo com a faculdade, seguro de saúde, de uma tal de liability que eu desconheço a tradução em português, abrir conta no banco é igual a assinar mais uma dezena de papeis, marcar um horário no escritório de imigração pra resolver as paradas do visto, arrumar o tal do chip do celular (se alguem quiser fazer uma ligação internacional o número é 00 49 176 9929 0200)... enfim, estou atolado de documentos aqui no quarto.

Então vamos voltar pra parte divertida. Foi um período de viagens bem interessantes. Primeiro veio Hamburgo (sim, eu fiquei vários dias em Hamburgo mas não conheci quase nada da cidade, mas quem disse que eu me importei? As noites de farra na Reeperbahn com Denis e Lucas também foram muito interessantes). Hamburgo é uma cidade fantástica, deu até vontade de mudar pra lá ao invés de ficar em Braunschweig (mas ao assinar o documento de vínculo com a faculdade eu recebo um papel que me dá direito a viajar por todo o estado de Niedersachsen, incluindo Hamburgo e Bremen, de graça, ou seja, se Denis e Lucas pensavam que tinham se livrado de mim estavam muito enganados – risada maléfica).
Foi tudo bem nas coxas, passamos só sete horas na cidade, mas deu pra visitar uma igrejinha, tirar umas fotos lá do alto da torre, passear de barco pelo rio Elba e conhecer o gigantesco porto de Hamburgo, e ainda sobrou um tempinho pra dar uma volta na Reeperbahn com a galera e tomar uma cervejinha.

Na quinta arrumei um tempinho de noite pra sair com meine liebe Lisa (e o portuga) e duas amigas dela. Programinha básico, beber um pouquinho num bar, dar uma esticadinha numa boate (ah como é bom dançar um pouco com ela) e depois andar uns vinte minutos até meu apartamento usando apenas uma camisa polo no friozinho da cidade e dormir apenas umas quatro horas, tive que me preservar um pouco na sexta pq no fim de semana ia rolar uma viagenzinha para Berlin.

Berlin, bela cidade, tanto o sábado quanto o domingo foram de sol e céu azul. Rolou mais algumas dezenas de fotos, visitas a locais importantes como o Castelo Charlotenburg, a Potsdamer Platz, Memorial do Muro de Berlin, o Brandenburger Tor, o Parlamento (andei feito um condenado nesses dois dias), e claro mais uma noitezinha leve bebendo um pouquinho com a galera. Quase me perdi do grupo de noite quando estávamos indo pra uma boate, foi uma sensação bem interessante, hehe.

E sim, já ia me esquecendo. Nem tudo é um mar de rosas por aqui. Tive a infelicidade de conhecer alguns queridos hermanos argentinos. Pqp! Nunca vi tanto argentino junto! Não sei de que buraco esses insetos saíram e pq essa galera viajou com a gente se nenhum deles ta no curso de alemão. Já dava pra montar um time de futebol. Tive que ficar encurralado por eles durante todo o percurso dentro do ônibus na viagem de Berlin. Já to vendo que eu vou terminar aprendendo um pouco de espanhol aqui também.

Voltando à minha triste realidade, as aulas de alemão continuam meio cabulosas, vou ter que ler muito ainda pra melhorar meu vocabulário. Semana que vem começam as provas e eu não faço ideia do que está me esperando. O bagulho aqui é mais tenso do que eu imaginava, mas estamos aí pra sofrer um pouco mesmo. Morrer de fome eu não morro, pelo menos enquanto o caixa estiver liberando a verba pra mim.

Falando em morrer de fome, estou evoluindo na questão da comida. Já evoluí do macarrão para uma carne de porco assada no forno. Que maravilha esse forno, posso comer lasanha, pizza, tudo o que tiver de comida congelada com a ajuda dele e ainda assar umas carnes. O arroz também foi fácil de preparar, mas o primeiro lugar tem que ficar com o genial “purê de batata em pó”. Que invenção maravilhosa! Basta ferver a água, botar sal, manteiga, leite, despejar o saquino de pó na panela, mexer um pouco e... FERTIG! E o gosto é bom. Que Deus abençõe essa maravilha do mundo moderno.

No mais, o frio daqui ta começando a apertar um pouco, e olhe que ainda faltam dois meses pra começar o inverno. Mas por enquanto ta tranquilo ainda, nada que um whiskyzinho de noite não possa aquecer, uahauahuah.

Enfim, abraço a todos e até daqui a duas semanas.

Resumo das primeiras semanas - parte 1

Essa postagem é direcionada àqueles que ainda não tiveram a oportunidade de acompanhar o meu relato sobre o que aconteceu por aqui na primeira semana.


"Já são mais de duas semanas aqui, então ta na hora de eu mandar um email detalhando algumas coisas que se sucederam.
Enfim, vou pular logo pra parte mais interessante, a Oktoberfest, hehe. Depois de uns dias em Hamburgo com dois grandes amigos, Denis e Lucas, peguei com eles e outros três amigos um trem (ou melhor, seis) em direção a Munique. Após apenas 12 horinhas de viagem, coisa simples e correria na hora de trocar de trem finalmente atingimos nosso destino. Nosso companheiro Chico estava na estação nos esperando (Chico, vc terá a minha gratidão eterna, hehe).
Depois de uma confortável noite dormindo no chão em cima de três casacos num quarto com outros seis machos, finalmente chegou a segunda. Nossa rotina basicamente consistiu em acordar de manhã entre nove e onze horas, demorar pra caramba pra se arrumar (só havia um banheiro no apartamento), ir para o mercadinho mais próximos comprar umas cervejas, almoçar um cheeseburguer ou um chicken burguer na McDonald’s, beber as cervejas na entrada do parque onde rola a festa e estávamos prontos para entrar. Conhecer a cidade pra que? O que importa é tomar uma com os amigos, huahauhuah.
Posso afirmar sem medo que foi a melhor festa que eu já fui na vida. Imaginem olinda sem ladeiras, sem aquele calor infernal (e olhe q fez sol todos os dias), músicas tradicionais alemãs ao invés de frevo e muito, mas muuuuuito mais mulheres bonitas! Isso sim é um lugar decente! Uahuahuah
Os trajes das alemãs é a coisa mais linda e sexy que tem. Quase comprei um pra usar nas virgens de Olinda. Já o dos homens é a coisa mais gay que existe.
Enfim, nas tendas é que a agressivagem rola solta. A bandinha tocava duas músicas e depois parava por uns dez minutos (acho q a galera ia tudo tomar uma) e depois tocava de novo, e a galera se empolgava pra valer. Quando começa a anoitecer ai a galera começa a subir nos bancos, pular, cantar, se molhar de cerveja e etc. Todo mundo feliz e embreagado. Existe coisa melhor não, hehe. Lá pelas dez e meia acaba tudo e expulsam a galera das tendas, aí é hora de bater mais um rango na McDonald’s e voltar pra casa pra no dia seguinte fazer tudo de novo.
Foi basicamente assim da segunda até a quinta. Na quinta eu encontrei uma garrafa de pitú no supermercado e resolvi comprar, hehe. Custava 11 euros uma garrafa de 700ml. Achei um bom negócio se comparado ao canecão de cerveja que é 10 euros por um litro.
Enfim, na sexta voltei com os caras pra Hamburgo (mais 12 horas de vida e seis trocas de trem) e o sábado foi só se recuperando da farra. Então chegou o domingo e era hora de partir de vez.
Lá fui eu encarar mais 3 horas de viagem em dois trens para chegar até Braunschweig. Fui muito bem recebido por uma alemãzinha linda e simpática, Lisa, que já me ajudou a resolver muita coisa aqui. Resolveu as pendências do meu quarto, me levou pra assinar uma porrada de documentos, mostrou um pouco da cidade, ajudou a comprar um celular, mostrou a faculdade, etc. Mãe, se eu não quiser mais voltar pro Brasil a culpa vai ser dela, uahauahuah.
Segunda começaram as aulas do curso de alemão, tem uma turma grande dos Estados Unidos, outra da Espanha, uns franceses muito gente boa, um italiano, até um cara do Uzbequistão. O pessoal é gente fina.
Durante a semana almoçamos no mensa (o restaurante universitário). A comida é muito boa e eu pago uns 4 euros em média (já não aguentava mais cheeseburguer e döner, um prato típico turco, por sinal restaurante turco é o q não falta nesse país).
Na quarta conheci um brasileiro que ta no grupo do curso de alemão, basta conhecer um que vc começa a conhecer brasileiro em tudo q é canto. Já conheço pelo menos uns cinco que tão morando no mesmo prédio que eu. Hoje rolou até uma feijoada no almoço, hehe.
Enfim, as coisas tão se ajustando aqui. Vou ver se mando um email desse tipo a cada duas semanas. Mãe, repassa depois esse email pra família e etc.
Aproveitem bastante o tempo sem mim pra aperriar pq um dia eu volto!"

domingo, 24 de outubro de 2010

Uns poucos dias de férias.

Pois bem, meus poucos dias de férias após ter sido aprovado no curso de alemão passaram bem rápido, mas foram igualmente bem aproveitados.

Quinta de manhã rolou uma excursão para Wolfsburg, especialmente para visitar a fábrica da Volkswagen. A cidade praticamente é a fábrica. É algo gigantesco, acima de qualquer imaginação. Infelizmente não deu para tirar fotos porque não era permitido. A gente fez um tour num carrinho pela fábrica porque seria impossível ver muita coisa andando em apenas uma hora. É algo impressionante, não dá pra ter idéia de como fazem tudo aquilo funcionar simultaneamente. Um monte de máquinas se mexendo sozinhas juntando as peças dos carros, me senti até num filme do exterminador do futuro. Tenso.

Depois disso rolou um almoço no Mensa da fábrica, e pela primeira vez desde que cheguei pude apreciar o original salsichão alemão com batata frita (currywurst mit pommes). Já tinha comido dos dois, mas até agora nunca os dois juntos, hehe.

De noite rolou a festa de despedida, com direito a muita comida típica da região de cada um (pois é, não levei nada), com alguns americanos levando cheeseburgers, outros levando batata frita e os argentinos levando uns salgadinhos toscos. Até que os argentinos são gente boa. Eles sabem fazer uma boa festa. Devo até frequentar algumas aulas com um deles, mas sempre serão argentinos, a escória da humanidade.

O final de semana foi dedicado a farrear com a brasileirada, já que a maior parte da galera do curso foi passar o dia em outras cidades. Eu, como sou um rapaz organizado, tratei de perder meu documento que me da o direito de viajar de trem pelo estado de graça. Assim tive que ficar por aqui. Vou ter que providenciar outro imediatamente.

Por fim, um domingo digno de dona de casa. Arrumando o quarto, lavando louça, lavando as roupas (finalmente), não sei se lavei direito, mas que estão lavadas estão.

E agora só me resta esperar a segunda feira, que trará consigo o início das aulas. Serão quinze semanas de pura tensão tentando entender o que diabos o professor está falando e torcendo para ser aprovado no final. Mas tamo aqui pra isso, porque aqui é chão! Tenho certeza de que poderei lidar com os estudos e com as festas (tá, certeza talvez não, mas a intenção é manter as coisas dessa forma). Vamo que vamo porque é agora que o bicho vai pegar!

Abraço a todos.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Aprovado no Curso

Vou logo aproveitar esse momento para comunicar que recebi hoje de manhã o meu certificado de participação no Internationaler Sommerkurs D. Aprovadíssimo. Agora é correr atrás das aprovações nos cursos da faculdade.

E como hoje é sexta não posso deixar de celebrar esse fato. Hoje é dia de tomar uma no Jolly Joker com a galera. É bom eu começar a me arrumar.

Fui!

Estreando o Blog Eu Aqui Na Alemanha

Resolvi seguir alguns conselhos do pessoal e estou criando este blog para relatar alguns acontecimentos que porventura venham a se suceder durante o período em que eu estiver aqui na Alemanha.

Espero que gostem. Abraço a todos.