quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um aniversário muito louco

Vou dar um pulo de duas semanas no tempo e contar logo sobre o dia do meu aniversário para não acabar falando sobre isso somente daqui a um mês. Copenhagen e os outros shows em Berlin ficam adiados para a próxima postagem.

Para comemorar meu aniversário numa terça feira, nada melhor do que fazer um revival de aniversários anteriores. Eu ia jogar boliche com a turma. Convidei a galera e me planejei para sair do boliche direto para a Hauptbahnhof e pegar um trem para Bremen (mais uma pernoite em Bremen) e de manhã pegar o voo para Edimburgo.

Mas eu também queria celebrar com o pessoal de Hamburgo. Liguei para Rodolfo, pedi para ele avisar a galera e lá fui eu mais uma vez fazer o trajeto Braunschweig/Hamburgo. Chegando lá tomei o velho rum com coca comendo batata chips e cantei ao som do violão de Rodolfo acompanhado de toda a turma de Hamburgo até a meia noite, quando a galera cantou parabéns (zum geburtstag viel glück) comemos uma tortinha e o pessoal se despediu.

A manhã do meu aniversário já começou errada. Das duas uma, ou eu não ativei o alarme do despertador ou ele tocou e eu desliguei e voltei a dormir sem perceber. O fato foi que eu acordei às 9:00, hora que eu queria já estar a seguindo para a hauptbahnhof para voltar a Braunschweig. Mas eu ainda tinha que passar em Kiwittsmoor para checar se eu havia recebido alguma correspondência nesse período. Lá fui eu para Kiwittsmoor pela última vez e ao chegar o Hausmeister me diz que não havia nada para mim. Viajei para nada. O problema maior foi que eu havia comprado um cupom num site estilo o Peixe Urbano com uma oferta de óculos escuros por 20 euros. Era só apresentar o cupom em uma das lojas participantes e ver quais os óculos que estavam disponíveis. Mas eu fui inventar de colocar o endereço de Kiwittsmoor como local de entrega ao invés de algum endereço em Braunschweig. Como era de se esperar os correios não enviaram o cupom para Kiwittsmoor e eu perdi vintinho em euros. É incrível como o Deutsche Post é incompetente. Eu tive uma dor de cabeça danada para conseguir receber meus ingressos dos shows que eu fui porque os desgraçados ou eram muito burros para encontrar minha caixa de correio ou simplesmente são uns fdp que têm preguiça de procurar direito e mandavam as correspondências para uma agência dos correios para que eu passasse lá para pegar.

Deixando esse assunto para lá voltei para a casa de Rodolfo e acessei o site da internet para conferir novamente os horários dos trens para Braunschweig e os horários eram diferentes. Quando eu havia olhado da primeira vez eu tinha pesquisado no sentido Braunschweig/Hamburgo ao invés do contrário. O trem com o melhor horário sairia de 13:50 e levaria três horas até Braunschweig. Eu tinha uma hora e quarenta e cinco minutos. Resolvi almoçar com Rodolfo. E aí começa a correria. Vai no supermercado. Compara os preços, compra a comida, volta pra casa, esquenta a água, tempera o camarão, bota o macarrão pra cozinhar, arruma a mala, come rápido, se despede de Rodolfo, sai correndo na rua só para garantir que não vai perder o metrô... ufa! Foi corrido, mas agora eu estava no metrô e levaria 17 minutos para chegar na estação e tinha 22 minutos para pegar o trem. No final havia dado tudo certo.

Tudo certo? Tudo certo uma ova! Eis que a HVV (a companhia de transportes de Hamburgo) me presenteia na estação onde eu trocaria de trem com uma funcionária mandando todo mundo sair do metrô porque aquele em especial não ia sair. Resultado? Perdi a porcaria do trem pra Braunschweig. Fiquei tão irritado na hora que nem quis parar para ouvir da mulher a razão pela qual o metrô não ia sair. Agora ao invés de pegar o trem para Braunschweig de 13:50 e pegar três horas de viagem, eu ia pegar um trem às 14:50 e viajaria por três horas e cinquenta minutos, ainda ia ter que tomar banho e arrumar minhas malas para ir já pronto pra viajar direto do boliche. Resultado, eu chegaria pelo menos meia hora atrasado no meu próprio aniversário.

Só para constar, escrevi isso logo após esses fatos terem ocorrido, pois eu teria que esperar 40 minutos pelo trem na Hauptbahnhof e tinha o computador com a bateria cheia para me distrair um pouco. Ou seja, pude relatar praticamente ao vivo o quão emputecido eu estava com o ocorrido.

E como merda só presta grande, não satisfeitos em já terem comprometido a minha programação para a noite,atrasaram a partida do trem em dez minutos. Mas tudo bem, eu tenho 19 minutos de intervalo para trocar de trem. Eis que eu chego a tempo na estação onde vou trocar de trem e recebo a notícia de que o trem que eu ia pegar ausfallou (não vai partir). Agora não vou mais chegar em Braunschweig de 18:40 e sim às 19:00, isso se no próximo trem não der merda também. Vamos só ver.

E o resultado? O trem seguinte saiu na hora certa, tudo dentro do que estava planejado. Mas como parece que alguém tirou o dia para curtir com a minha cara, no meio da viagem o maquinista vem e diz que rolou alguma treta no meio do caminho e que o trem não encerraria a viagem em Braunschweig e sim numa outra estação. SIM! NÃO É PIADA! ESTOU DESDE UMA E MEIA DA TARDE TENTANDO CHEGAR EM BRAUNSCHWEIG! A solução agora foi ligar para meu amigo Alex e pedir a ele que fizesse o grande favor de me buscar nessa estação. Agora estou dependendo dele para conseguir finalmente chegar em casa.

E aí então acabou a parte que foi relatada ao vivo. Pelo menos daí pra frente deu tudo certo. Cheguei na estação e Alex já estava no estacionamento me esperando, levamos uns 20 minutos para chegar em Braunschweig, me arrumei nas carreiras, preparei minha mala para a viagem e cheguei no boliche às oito horas. Daí pra frente finalmente acabou o stress e eu pude relaxar jogando uma bela partida de boliche com a presença da brasileirada e alguns amigos gringos. E o dia se encerrou com eu e Rominho pegando um trem para Bremen, de onde seguiríamos para mais uma viagem. Próximos destinos, Edimburgo e Estocolmo.

domingo, 3 de julho de 2011

Berlin e mais shows

 Apesar dos também quase três meses que eu havia passado em Hamburgo também terem sido muito proveitosos eu sentia que o meu verdadeiro lugar era Braunschweig. Lá talvez eu tivesse melhores opções para ocupar esse tempo livre que agora eu tinha.Resolvi falar com o Hausmeister do meu alojamento para saber se era possível antecipar o encerramento do contrato do fim de junho para o fim de maio e ele disse que não havia problema. Mas também não foi uma decisão fácil. Eu estaria deixando para trás meus bons amigos Rodolfo e Marina, sem os quais eu não teria conhecido tantas outras pessoas, entre elas os alemães Cristian e Nick, dois sujeitos muito loucos que sabem fazer festa no melhor estilo brasileiro. Nick por sinal chegou a morar um tempo no Brasil, fala português muito bem e disse que já esteve uma vez no carnaval de Olinda e que foi a melhor festa da vida dele. Além deles havia outras pessoas como o russo Anton, nossas amigas gregas e, em especial, uma italiana chamada Irene. Uma pessoa maravilhosa com quem eu tive a oportunidade de compartilhar alguns momentos muito agradáveis durante o curto período de um mês em que nos conhecemos. Ter que trocá-la por Braunschweig foi uma decisão muito complicada. Eu acabei me apegando a ela mais do que deveria, mas sentia que o fim de intercâmbio não deveria ser em Hamburgo e que era hora de procurar um novo desafio e levar comigo as boas recordações dessa cidade maravilhosa que foi onde a minha jornada começou e por muitas vezes me acolheu durante todo esse tempo. Novamente preparei minhas malas (hora de recomeçar o tal do leva e traz), aproveitei a quarta feira véspera de feriado para ir com a galera no bar do alojamento e me despedir de todos. Braunschweig me aguardava novamente, mas eu só voltaria a Braunschweig definitivamente uma semana depois. Na quinta cheguei lá só para deixar algumas bagagens com Rominho, tomar um banho e pegar outro trem com destino a Berlin para a segunda etapa da temporada de shows.

Berlin, a gloriosa capital alemã me dava as boas vindas novamente através da sua Hauptbahnhof gigantesca. Quem estava lá para me dar as boas vindas também era Rodrigo, um velho amigo que havia morado no meu prédio há alguns anos e estava fazendo intercâmbio em Berlin. De lá fui para a casa dele que seria o meu abrigo nas três noites seguintes e descansei um pouco para ir ao show. A banda da vez seria Mando Diao. Um grupo de suecos que eu tive a sorte de verem tocando num festival em Valência pela MTV. Gostei das músicas logo de cara e comecei a pesquisar um pouco mais sobre eles na internet, baixei algumas músicas e virei fã. Chegando na Alemanha deu logo pra ver que os caras faziam muito sucesso aqui na Europa. Eles tinham lançado um CD/DVD de um show acústico e eu aproveitei para conferir mais músicas deles e ficar com o repertório na ponta da língua. O show não fugiu às minhas expectativas. Muito bom mesmo. Virei fã de carteirinha dos caras que conseguiram me manter vibrante durante toda a apresentação mesmo depois de passar cerca de duas horas e meia em pé assistindo duas bandas de abertura até os caras começarem a tocar. Mas no fim eu estava cansado pra caramba. Rumei para a casa de Rodrigo (o local do show estava para a casa de Rodrigo assim como Kiwittsmoor está para o centro de Hamburgo) e fui dormir direto. A sexta seria um longo dia.

Acordando por volta de meio dia, comi alguma coisa, me arrumei e fui com Rodrigo para o apartamento de uma amiga dele que estava morando em Berin também. Por coincidência algumas amigas de Recife que estavam de intercâmbio na França haviam aproveitado o feriadão que havia começado no dia anterior para fazer uma visita a Berlin. Peguei o bonde das meninas e fui turistar por Berlin novamente com elas. A programação noturna não poderia ser outra. Boate, claro. Depois de fazer aquele velho warm up em casa, fomos todos para um prédio onde a festa rolava nos últimos andares e pudemos ter uma vista privilegiada do amanhecer em Berlin na cobertura do prédio. Acredito que eu ainda não tenha comentado nada sobre quanto sol nós temos aqui no verão. Em Berlin, a três semanas do dia mais longo do ano, o céu já está azulado às 3:30, o sol nasce antes das 4:30 e só vai se pôr depois das 21:30. No início era muito massa e coisa e tal, mas depois de um tempo você perde a noção de horário, sem falar que com essa história do sol demorar para se por, fica quente até umas oito da tarde (noite).

E foi para aproveitar esse solzão que a turma de Berlin tomou a tarde do sábado para fazer o velho churrasco no parque no melhor estilo alemão. Salsicha de tudo quanto era tipo, pão de alho e, claro, cerveja. Uma beleza, hehe. O churrasco começou lá pelas cinco da tarde e acabou por volta das dez, quando o sol havia finalmente ido embora. E aí só para não dizer que passamos uma noite de sábado sem sair, fomos para um barinho bater um papo e relaxar. Berlin foi excelente e eu estaria de volta em breve para mais alguns shows. No domingo já era hora de retornar a Braunschweig, só que novamente eu não passaria muito tempo lá. Cheguei no fim da tarde, descansei um pouco e coisa e tal, e de noite peguei mais um trem para Bremen. Ia passar umas três horas enrolando por lá e pegar outro trem para Hamburgo, de onde eu seguiria às 7:30 para uma cidadezinha não muito conhecida chamada Köbenhavn.