domingo, 30 de janeiro de 2011

Euro Reise: Amsterdam

Dando continuidade às viagens pela Europa chegou a vez da tão esperada Amsterdam. Depois de dois adiamentos estávamos finalmente com tudo marcado para visitar a capital holandesa. Dessa vez infelizmente não pudemos contar com a ajuda da grande Ryanair, pois ela não operava na rota Bremen/Amsterdam. Nossa única opção então era encarar seis horas de viagem de trem (depois das experiências com a Oktoberfest em Munique e o ano novo em Düsseldorf) seis horas de trem não seriam tanta coisa. Nada que um bom sudoku, alguns jogos de cartas (dentre eles poker com moedinhas de 1, 2 e 5 centavos de euros) e um pouco de rum com coca não pudessem resolver. Assim a viagem prosseguiu quase sem problemas. Digo quase pq houve um desentendimento entre os viajantes sobre o horário da passagem que compraríamos e acabamos todos pegando o trem que partia duas horas depois do horário indicado na passagem, só um do grupo estava com o bilhete adequado para o horário, mas nada que uma conversinha com o tio do balcão de informações da empresa de trem não pudesse resolver. No final deu tudo certo e chegamos em Amsterdam em plena noite de sexta.

Check in feito no hotel, era hora de explorar a cidade. Um site na internet que continha informações sobre a cidade aconselhava os turistas a não realizarem como primeira atividade turística dar uma volta na Red Light Street para não ficar com uma impressão errada da cidade. Então o que deveríamos fazer? Visitar a Red Light Street primeiro, é óbivo. E lá se foi a turma descobrir o que havia de tão interessante nessa ruazinha. Vimos então tudo o que havia de interessante (e o que não havia também). Para manter o charme do local não vou comentar sobre ele, hehe. Digo apenas que se eu tivesse dinheiro o suficiente a ponto de não sentir falta de 50 euros eu poderia ter tido uma noite bem interessante.

O que fazer então durante o resto da noite? Procurar o local mais adequado para beber um pouco e depois encerrar numa boate. Assim foi feito. E as primeiras coisas inusitadas começaram a aparecer. Curiosidades da noite:
a) Um cheeseburguer da mcdonalds em Amsterdam é muito mais caro do que na Alemanha, de forma que nossa alternativa do fim de semana foi uma promoção do burguer king que custava 2 euros.
b) Nas boates era necessário desembolsar 50 centavos cada vez que fosse necessário fazer uso do banheiro. Alguém chegou até a comentar que não queriam dar troco para uma moeda de 2 euros, só aceitavam a de 50.
c) Se você é homem e não está disposto a desembolsar essa quantia você pode utilizar os mictórios públicos que ficam espalhados pela cidade em ruas e praças, sejam elas movimentadas ou não. E não estou falando de banheiros químicos. São mijadores mesmo, são diferentes daqueles aos quais estamos acostumados, mas servem exclusivamente para esse propósito. Se você é mulher então não tem saída, ou procura um banheiro de restaurante ou vai pagar os 50 centavos mesmo.

Sábado então é dia de fazer algo mais cultural. Então nada melhor do que um tour grátis pela cidade acompanhados de um guia turístico. Pudemos então desbravar os canais da cidade e ouvir um pouco sobre sua história. Vimos canais, pontes, casas, mais canais, mais pontes, mais casas, dentre outras coisas, e claro, tirar várias fotos. As ruas pareciam ser todas iguais. Eu que sou bom de me situar por várias vezes me perguntei se estava indo na direção certa na hora de ir para algum lugar específico. E os prédios são toscamente tortos. Uns tortos para a direita, outros para a esquerda e até mesmo para a frente. Mas pelo visto para o povo de lá aquilo parece ser a mais total normalidade. Curiosidades da tarde:
a) Conhecemos o sobrado mais estreito da cidade, com cerca de 1,5 metro de largura.
b) A língua holandesa segundo o guia era meio que um mix de inglês com francês, alemão e nórdico. Mas na minha opinião era alemão com mais vogais e letras duplicadas. Chegamos a presenciar alguns locais com frases onde as palavras possuíam quatro letras ou menos e todas tinham pelo menos uma vogal ou consoante duplicada.

Ao final da tarde era hora de fazer uma parada obrigatória num Coffee Shop e experimentar o famosíssimo café holandês cujos efeitos no corpo e na mente diferem dos demais cafés. Eu não curto muito café mas não podia deixar de provar numa ocasião tão especial. Bom, não vi nada demais nem curti muito, continuo sem gostar de café e o holandês não foi excessão. Mas valeu pela experiência. Restava então descansar um pouco e estar inteiro para mais uma noite boêmia.

Agora era hora de fazer um pub crawl, que consiste basicamente em passar a noite indo de uma boate para a outra bebendo uma cervejinha, dançando e conhecendo a galera, ou seja, mais do mesmo. Assim a noite seguiu até todos os integrantes da viagem sentirem-se cansados e resolverem retornar para o albergue para dormir, mas não sem antes dar um pulinho no burguer king e aproveitar outra promoção de lanche por 2 euros. Curiosidade da noite:
a) Excetuando-se garçons e barmans não conversamos com simplesmente ninguém que morasse em Amsterdam ou que ao menos fosse da Holanda. E adicione-se a isso a possibilidade dos garçons, barmans e etc também não serem holandeses.

No domingo então todos levantaram após muito esforço para passear mais pela cidade, tirar mais fotos, e comer mais burguer king. Infelizmente não foi possível realizar outras atividades culturais, visto que não havia muitas opções de baixo custo. Assim nos deixamos levar pelas ruas de Amsterdam e esperamos o tempo passar. Depois de visitar cidades como Amsterdam, Hamburgo, Köln, entre outras, me sinto um pouco chateado ao pensar que Recife tem o privilégio de ser recortada por um rio como o Capibaribe e esse rio não ser aproveitado para o turismo. A quantidade de barquinhos que navegam pelos canais dos rios dessas cidades é enorme. É uma pena o nosso rio ser tão poluído.

Para encerrar a viagem outra parada num Coffee Shop, desta vez para experimentar um bolinho de chocolate com café. Se tinha chocolate no meio então talvez fosse mais gostoso do que o café em si. E realmente estava. E essa foi a última coisa que consegui me lembrar. De repente eu já estava de volta à Alemanha na estação para pegar o trem que seguiria para Braunschweig. Algo por deveras estranho.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Retomando a rotina

Após retornar de Liverpool e passar uma noite preguiçosa em Hamburgo, estava de volta a Braunschweig. Para minha surpresa, a temperatura havia subido e a neve derretido. Achei meio estranho, mas não havia motivos para reclamar dos seis ou sete graus que estava fazendo no momento. E a temperatura manteve-se mais alta nos dias seguintes, chegando até a marca dos onze graus. Agraciados por um clima mais ameno e alguns dias em que o sol deu o ar de sua graça, eu me animei e resolvi preparar... um churrascão!

Ou melhor, um churrasquinho mesmo. Na base do frango, do salsichão e da carne de porco. Quando eu estiver estagiando ou trabalhando aí a gente inclui a carne de boi na brincadeira. Sinto uma felicidade enorme quando chego no supermercado e encontro na parte das carnes algumas bandejinhas de coração só me esperando para levá-las. E com um precinho amigo de cerca de 5 euros o quilo, não tem como não levar. E assim compramos um pouco de coração, asa e coxa de frango, salsichão e um pedaço de carne de porco para fazer o churrasco, que contou ainda com dois fornos e uma sessão de música com direito a muito pagode dos anos 90 e Mamonas Assassinas. Um domingo perfeito.

Enquanto isso, durante a semana, era hora de entrar de novo nos esquemas das aulas, que convenhamos estão cada vez mais cansativas. Simplesmente não dá para passar uma hora e meia olhando para o professor fazendo um esforço enorme para tentar endender a frase que ele acabou de falar ao invés de entender sobre o que ele está falando. E agora oficializei a minha inscrição para as provas do final do semestre. Duas provas na metade de fevereiro e mais duas no final. Chegou a hora de mostrar (ou pelo menos tentar) a razão pela qual eu vim de tão longe. Vai ser tenso, muito tenso, mas vamos à luta porque o que vier já vai ser lucro.

E agora, a temperatura voltou a cair e a ficar abaixo do zero, mas ainda sem mais neve. Considerando que o inverno só começou oficialmente há um mês, acredito que ainda vem muito frio por aí. Clima perfeito para ficar em casa estudando (espero). É hora de dar início não ao Projeto Final Zero, 3ª Edição porque esse foi adiado para 2011.2, mas vamos iniciar um projeto alternativo visando a aprovação em pelo menos uma das disciplinas na qual estou matriculado para eu pelo menos não ficar com peso na consciência de não ter me dado bem na faculdade.

Mas antes de tudo isso, só para dar um leve descanso para o corpo e a mente e prepará-los para essa maratona que está por vir, nada melhor do que passar um final de semana relaxando em Amsterdam, colocando as ideias em ordem e me preparando psicologicamente para o mês de fevereiro, que será o mais decisivo para o futuro dessa minha experiência aqui na Alemanha.

Hora de pegar o trem. Até a próxima.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Liverpool

Eis que então mais um ano começou, junto com os planos para novas viagens. Antes mesmo de darmos um passeio em algumas cidades da Alemanha eu estava de bobeira no site da Ryanair quando resolvi pesquisar o preço de uma passagem para Liverpool. Para a minha grata surpresa descobri uma bela promoção. Uma passagem de Bremen para Liverpool estava custando a fortuna de 4 (isso mesmo, quatro) euros. A passagem de volta também custava o mesmo preço.

Sem perder mais tempo tratei de comunicar os colegas de viagem e todos toparam encarar essa parada. Pesquisamos um albergue a um preço acessível e fechamos a viagem. No final, adicionando uma taxa aqui e outra ali, o valor total da ida e da volta de avião ficou por 18 euros. Com tudo confirmado, restava apenas esperar o dia da viagem, certo?

Não exatamente, era uma boa ideia fazer uma pesquisa e descobrir o que a cidade tinha de interessante a oferecer. Afinal, na viagem anterior eram cinco cidades e apenas um dia em cada, então nos resumimos apenas a caminhar muito, tirar fotos, beber e comer. Desta vez teríamos dois dias numa cidade, portanto seria interessante chegar lá com um bom planejamento. Terminamos descobrindo até mais coisas do que o necessário, tamanha a quantidade de atrações que existem por lá.

Agora estava tudo pronto. Na quinta feira de manhã tratamos de pegar nosso trem de Braunschweig em direção a Bremen (desta vez não mais para conhecer, só para passar pelo caminho até o aeroporto). Chegamos lá e descobrimos que a Ryanair opera numa área exclusiva. Em Bremen eles simplesmente têm um galpão com todo o equipamento necessário para a companhia aérea. Não estaria exagerando se dissesse que metade das pessoas presentes no aeroporto naquele momento estavam no galpão da Ryanair (incluindo funcionários).

E a Ryanair superou nossas expectativas. Aviões bem conservados, assentos relativamente confortáveis, e o melhor de tudo, eles não atrasam! Voo saindo e chegando na horinha, tanto na ida como na volta. Certamente a Ryanair me verá muitas vezes ainda esse ano.

Mas voltando ao tema principal, estávamos em Liverpool. Tudo conspirava a favor da cidade. A primeira vantagem era simplesmente o fato das pessoas falarem inglês! Uma maravilha. Poder entender tudo que as pessoas falavam e o que precisássemos ler. Passamos tranquilamente pela alfândega e pegamos um ônibus para o centro da cidade. A primeira coisa que notamos de interessante não poderia ser outra, o motorista estava do lado direito do veículo. Ele dirigia do lado esquerdo da pista como se isso fosse a coisa mais normal do mundo! Mais tarde ao caminharmos pelas ruas da cidade de vez em quando tomávamos um susto ao ver alguém descendo do carro pelo lado esquerdo e o carro seguir viagem como se estivesse sem motorista. E alguns fatos curiosos eram que em vários pontos das ruas onde os pedestres atravessavam encontrava-se escrito no asfalto "look left" ou "look right", para que ninguém se confundisse. Os ingleses ainda tiveram a consideração de colocar os semáforos de pedestre paralelos às ruas ao invés de perpendiculares. Só no último dia de viagem é que nos demos conta de que o semáforo ficava paralelo para nos indicar em que direção os carros estavam vindo.

Como chegamos no meio da tarde e tivemos que realizar o check in no albergue, não tivemos tempo de visitar algum lugar interessante da cidade, pois muitas atrações encerravam às cinco da tarde. Então demos aquela velha caminhada, fizemos um lanchinho na pizza hut (comemos pizza de verdade, e não pizza de turco que bota o queijo em cima dos outros ingredientes) e voltamos para o albergue para nos arrumarmos para a grande noite. A noite do Cavern Club!

Para aqueles que ainda não sabem, o Cavern Club ficou mundialmente famoso após um grupo de sujeitos nomeados de Beatles começarem a fazer um sucesso mundial. Como grande beatlemaníaco que sou, era obrigação minha visitar esse local, da mesma forma que um mulçumano precisa visitar Meca. E uma frase escrita entre os azulejos do banheiro resumiu a minha sensação de estar naquele local: remember where you are, music was born here.

Eu estava no lugar. O lugar onde quatro sujeitos começaram a mudar o mundo por completo há mais de cinquenta anos. Foi sem dúvida uma noite inesquecível, celebrada por uma excelente banda cover, um público animadíssimo e duas cervejinhas para fechar o pacote, hehe.

Na manhã seguinte, em plena sexta feira, acordamos durante uma nevasca. Não havia praticamente nenhum vestígio de neve na cidade quando chegamos no dia anterior e lá estava ela de novo nos seguindo. Já que estava nevando, nada melhor do que entrar num local fechado para nos abrigarmos. Então visitamos um museu. Liverpool estava repleta de museus, e o melhor, em muitos deles a entrada era franca. Escolhemos então o World Museum Liverpool que ficava perto do albergue para passar um tempinho. Um belo museu repleto de salas com várias temáticas. Dentre elas, o mundo aquático, o corpo humano, o mundo dos insetos, as civilizações antigas, os dinossauros, o espaço, etc.

Terminamos gastando mais tempo do que o previsto no museu, então era hora de se apressar e pegar um busão em direção a Anfield Road, para visitar o estádio de um simplório clubinho local denominado Liverpool FC. E dessa vez nada de pirangagem. Queríamos fazer um tour completo pelo estádio. Começamos pelo museu, conheçemos a história da fundação do clube, as conquistas e etc, com uma ênfase praticamente exlcusiva para a grande conquista da Champions League de 2005, num jogo que segundo eles foi o maior jogo da história do clube, após se sagrarem vencedores na disputa de pênaltis contra o também simplório Milan, após encerrarem o primeiro tempo do jogo perdendo por 3 a zero. Com direito até a uma pequena sala de cinema onde encontrava-se em cartaz o DVD da história dessa conquista.

Depois da visita ao museu, tivemos nossa visita guiada, onde fomos apresentados às áreas vips do clube, pudemos nos sentar nas cadeiras especiais frequentadas somente pelos figurões, sentimos o frio que faz ali (não sei como os torcedores aguentam passar mais de duas horas tomando vento frio na cara durante o inverno), visitamos a sala de imprensa (pequenininha por sinal), os vestiários, etc, etc. Sem dúvida valeu a pena.

Agora então era hora de voltar para o centro e dar continuidade à overdose de Beatles. Era hora de visitar o Beatles Museum. Um local bastante emblemático que conta toda a trajetória do grupo através de fotos, textos e cenários reproduzidos de uma maneira sensacional. Uma das alas reproduzia o próprio Cavern Club e era exatamente idêntica ao local onde eu havia estado na noite anterior.

Então, ao final da visita, já eram seis da tarde (ou melhor, noite), a neve que havia cessado durante nossa visita ao estádio do Liverpool agora havia virado chuva. Uma noite bem chuvosa. Como não havia mais nada a se fazer por hora, regressamos e descansamos um pouco para a saída da noite.

E dessa vez, graças a Deus, acertamos na escolha da balada. Demos uma volta pela região da cidade onde ficavam agrupados vários bares e boates, ainda fomos abordados por uma moça que nos levou a um local suspeitamente gay e do qual fugimos imediatamente e nos estabelecemos numa boate bastante agradável onde pudemos apreciar muita vodka com red bull em preço promocional e trocar umas ideias com as nativas. Nessa noite pude fazer duas constatações: Liverpool possui muito mais piriguetes do que as cidades da Alemanha que visitei, e que eu vou sofrer muito pra conseguir conversar em alemão com alguém numa boate com som alto, uma vez que nem conversando inglês eu conseguia entender direito o que falavam comigo. No final, foi mais uma noite muito bem aproveitada.

No sábado era hora de encerrar nossa viagem. Uma pena que havia tantos lugares a se visitar e não tínhamos muito mais do que três horas antes de seguir para o aeroporto. Para a nossa surpresa, fomos agraciados com um belo dia de sol (o que não quer dizer que não estava frio). A melhor opção então era fazer um passeiozinho de barco ao longo do rio Mersey e poder avistar a cidade sob um ângulo diferente. E que belo ângulo. A cidade vista do rio é maravilhosa. O passeio foi mais uma escolha acertada numa viagem onde tudo deu certo. Desta vez acertamos legal. Liverpool sem dúvida vai deixou ótimas lembranças e muitas saudades.

E nada melhor do que uma outra grande viagem para manter o ritmo. Amsterdam está vindo aí...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Deutsche Reise

Bom, preparem-se para mais um texto gigante que eu achei melhor colocar uma postagem só falando sobre toda a viagem, então respirem fundo e separem uns dez a quinze minutos.

Chegamos em Bremen e já estava começando a escurecer. E olhem que eram somente quatro da tarde. A primeira tarefa era encontrar nosso albergue. Eu tinha olhado os mapas das cidades e anotado as rotas para cada um dos albergues, mas tivemos algumas dificuldades para nos localizarmos, principalmente porque muitas das placas com os nomes das ruas estavam cobertas de neve. Tinha muita, muita neve em Bremen.
Depois de um tempo, finalmente conseguimos localizar nosso albergue. Tivemos um pequeno descanso, tomamos banho, comemos alguma coisa e fomos dar uma volta na cidade. Como não sabíamos ao certo o que fazer ou para onde ir acabamos indo ao centro para visitar o Weihnachtsmarkt. Um pouco mais tarde fomos procurar o pub onde Fred estava trabalhando. Pelo tamanho da entrada ninguém dava nada pelo lugar, mas quando entramos, era bem grandinho, muito maior do que qualquer bar que eu já tivesse entrado em Braunschweig. E por ali ficamos até perto de meia noite, fazendo rodízio de cervejas, escutando uma boa música e observando o ambiente descontraído.
No dia seguinte, um sábado, tomamos um belo café e decidimos modificar um pouco a programação da viagem. Estava planejado que seguiríamos para a cidade seguinte logo pela manhã, mas como não tínhamos visto muita coisa de Bremen, resolvemos passar o dia por lá até ficar perto da hora de anoitecer para irmos à cidade seguinte, e assim por diante. Demos outra volta pela cidade, visitamos o estádio e o museu do Werder Bremen, fizemos uma caminhada pela beira rio, vendo criancinhas deslizando de trenó pelas colinas, e aproveitamos a grande quantidade de neve para realizar uma das nossas tarefas necessárias, fazer anjos de neve. Após ficarmos bem gelados e com as calças molhadas era hora de seguir para Köln.
Algumas horas de trem e pouco depois estávamos em Köln. Saindo da Hauptbahnhof demos logo de cara com a catedral da cidade, seu cartão postal mais famoso e ficamos embasbacados com o seu tamanho e sua imponência. Já havia anoitecido e precisávamos procurar nosso albergue. Mais uma vez tivemos um pouco de dificuldade para localizá-lo, embora ele estivesse bem perto da Hauptbahnhof. O problema foi que o googlemaps indicou uma rota que arrodeava a Hauptbahnhof todinha, aparentemente era a rota para carros. Assim que encontramos o albergue descobrimos que tínhamos dado uma volta gigante sem necessidade.
Era hora então de descansar mais um pouco e se preparar para dar uma boa saída, afinal era sábado. Procuramos na internet alguns bares e boates e acabamos achando um lugar que parecia ter uma festa bem interessante. Saímos do albergue, demos uma volta por um dos Weihnachtsmarkt que ficava bem perto do albergue, depois seguimos passeando pelo centro, encontramos umas ruas que tinham uns bares bem simpáticos e entramos num deles, cheio pra caramba e com uma atmosfera dominada pela fumaça e o cheiro de cigarro.
Quando ficou mais tarde era hora de seguir para a tal boate. Chegamos lá perto de meia noite, quando começou a cair uma bela nevasca. Não tínhamos outra escolha senão entrar logo no local. Pagamos seis euros e ganhamos um copinho de glühwein (se eu ainda não falei o que é isso, é um vinho bem quente ruim como qualquer outro vinho). Lá dentro, vazio. Seis, sete pessoas no máximo. Mas ainda era cedo, talvez por volta de uma da manhã ficasse mais interessante. E aos poucos a galera foi chegando. Um macho, dois machos, três, cinco, dez, uma mulher! Mais dois machos, cinco machos, outra mulher! Mais dois machos, cinco, dez, uma mulher macho! Mulher macho? Esses caras são machos mesmo? É cada um mais estranho que o outro. Aos poucos começamos a ficar desconfiados, alguma coisa ali estava muito errada. Só aparecia macho, e machos muito suspeitos. De repente o local estava razoavelmente cheio e só conseguíamos contar seis ou sete mulheres (excluindo-se as atendentes do bar), sendo metade delas do mais macho que a gente.
Velho, não podia ser outra coisa. Estávamos numa festa gay! (Como eu nunca fui pra metrópole demorou um bom tempo até cair a ficha). A porra do folder que falava da festa não informava nada sobre ser uma festa gay! Estávamos numa fria, literalmente. Depois de confabularmos por mais alguns instantes se aquilo era mesmo uma festa gay, Guilherme resolveu perguntar para uma das atendentes e ela confirmou. Mas a boate não era uma boate gay, apenas a festa daquela noite que era. Sensacional! Uma cidade com milhares de lugares para se ir, fomos para justamente num lugar na noite de uma festa gay!
Voltamos correndo para o albergue ainda incrédulos devido a tamanha má sorte. Por um lado foi bom porque não iríamos dormir tão tarde e poderíamos acordar cedo para aproveitar o dia. Dia esse que viria a ser o mais cansativo de toda a viagem, senão da minha vida.
Acordamos, tomamos café na Hauptbahnhof (já que o café do albergue era muito caro e as coisas na Alemanha não funcionam nos domingos) e seguimos novamente para a catedral (ainda embasbacados pelo tamanho do monumento). Passamos um tempinho do lado de dentro onde estava havendo alguma celebração e depois procuramos a entrada das escadarias para chegar ao topo da catedral. Dizia um dos informativos que para se chegar a uma das torres da catedral, que ficava a uns 130 metros de altura, era necessário subir 509 degraus. Era hora de pagarmos por nossos pecados.
Aos poucos fomos subindo, subindo, subiiiindo... até que enfim chegamos lá no topo e pudemos contemplar a cidade em seus tons de branco e cinza. Passamos um tempo observando a paisagem e então lá fomos nós descer os 509 degraus. Depois disso passeamos um pouco mais pela cidade, atravessamos algumas pontes (riozinho largo esse Reno), tiramos fotos, fizemos guerra de neve, etc, etc, até que enfim fomos vencidos pelo cansaço e pegamos nossas malas no albergue e partimos em direção a Dortmund, ainda sem a menor idéia do que ainda nos esperava naquela noite.
Tivemos então cerca de uma hora e meia para descansar as pernas na viagem de trem até Dortmund. Chegando lá fomos para a estação do metrô para checar qual percurso faríamos para ir até o hotel (dessa vez era um hotel). Já sabíamos que esse ficava longe, mas não imaginávamos que ele ficava a um quarteirão da fronteira da cidade com a cidade vizinha. Descobrimos uma rota de ônibus que poderíamos usar, mas fomos informados depois que era uma rota que os ônibus só percorriam de madrugada. Depois um senhor nos informou que os ônibus não estavam circulando porque havia muita neve na cidade. Nossa única alternativa restante seria pegar um metrô e depois um trem até um determinado ponto e de lá seguir a pé.
Para dar uma idéia do quão longe o hotel ficava, seguimos por três estações no metrô e depois pegamos mais 20 minutos de trem. Enfim chegamos numa região que mais parecia outra cidade, e também aparentava ser freqüentada em sua grande maioria pela galera da terceira idade. Avistamos um mapa na rua e traçamos nossa rota para o hotel. E andamos, andamos, andamos, depois andamos mais (com mochilas pesadas nas costas). Depois de uma manhã subindo e descendo centenas de degraus de escadas ainda tivemos que encarar uma caminhada de uns três quilômetros pela noite mais fria de todas no meio de calçadas cheias de neve para dificultar só um pouco mais nossa caminhada.
Enfim conseguimos. Estávamos no hotel, a poucos metros da divisa com a cidade vizinha. Tínhamos ido parar onde Judas perdeu as meias, porque as botas ele já havia perdido bem antes. Estávamos cansados, com frio e com fome. E era domingo. Estava praticamente tudo fechado. Só não digo tudo porque graças a Deus os turcos trabalham nos domingos. E lá fomos nós numa lanchonete turca saciar nossa fome com Döners. Para encerrar a noite, já que não tinha praticamente nada para se fazer na cidade e o centro ficava muito longe, ficamos no hotel jogando um tipo bem exótico de boliche. Foi bem interessante.
Na segunda era dia de passear pela cidade. Fizemos mais do mesmo. Fomos ao centro, visitamos o Weihnachtsmarkt, tiramos fotos, tiramos mais fotos, visitamos o estádio de Borussia Dortmund, andamos mais um pouco e nos cansamos rápido. O dia passou rapidamente por conta da demora que era pra chegar do hotel até o centro. No fim do dia seguimos então para Essen.
Em Essen pelo menos deu tudo certo. O albergue ficava um pouco longe, mas bastava pegar uma linha de metrô que ele nos deixava bem pertinho. Descansamos mais um pouco, pois ainda não estávamos totalmente recuperados da maratona do domingo, então saímos para comer alguma coisa e encerramos a noite tomando uma cerveja num bar bastante agradável.
No dia seguinte era hora de refazer todas as atividades. Andar pelo centro, tirar várias fotos e etc. Voltamos ao mesmo bar da noite anterior para apreciar um delicioso macarrão a bolonhesa que era o prato da promoção do dia. Finalmente havíamos tido um almoço decente. Estávamos descansados, aquecidos e alimentados. Prontos para fazer um boneco de neve!
Andando um pouco mais pela cidade encontramos uma árvore de natal numa área bem espaçosa e cheia de neve. Prontamente começamos a meter a mão na massa e aos poucos fomos dando forma ao nosso boneco. Não tínhamos a menor noção de como fazê-lo, mas no final acabamos criando o boneco de neve mais maneiro de todos, com um barrigão de chopp, um narigão de batata e um sorriso maroto. Mais uma tarefa estava cumprida. Era hora de finalizar nossa viagem indo para Düsseldorf.
Agora já estávamos craques em localizar albergues. Desta vez não tivemos dificuldades. O albergue ficava perto da Hauptbahnhof, a poucos minutos do centro, tudo perfeito. Demos aquela velha descansada do fim de tarde, à noite jantamos uma pizza. Pela primeira vez comemos uma pizza de verdade. Todas as pizzas que tínhamos comido até agora foram feitas por turcos, e eles gostam de botar os ingredientes embaixo do queijo, não sei por que. Após mais uma bela refeição demos uma volta no centro, passamos um bom tempo caçando algum bar até encontrarmos um bem movimentado onde estava rolando um karaokê. Perfeito pra mim. Tomamos mais algumas cervejas, assistimos a galera cantando, realizei mais uma performance e por fim retornamos ao albergue.
Para fechar nossa viagem, mais um passeio pela cidade, com direito a uma visita à torre de TV/Rádio, da cidade (na verdade supõe-se que isso é um disfarce, pois há quem diga que as cidades da Alemanha são cheias dessas torres grandonas para que eles possam realizar comunicações com seres alienígenas). Tiramos mais fotos da paisagem branca e cinza, demos uma volta na beira do rio Reno, andamos mais um pouco pelo centro e encerramos nosso passeio com mais uma guerra de bolas de neve, seguida de um divertido rolamento numa pequena colina e tirando uma foto sem camisa. Todas as nossas tarefas com a neve haviam sido cumpridas. Era hora de voltar para casa.
Na volta ainda tivemos o desprazer de ter o nosso trem cancelado por causa de algum problema não informado e tivemos que esperar uma hora a mais na Hauptbahnhof para podermos enfim seguir para casa.
Agora é hora de preparar as malas novamente, pois nesta quinta estarei me dirigindo à bela cidade de Liverpool. Desta vez planejamos tudo direitinho para termos várias coisas a fazer nos dois dias de viagem. Vamos nessa!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recapitulando 2010

Ontem tive um pouco de dificuldade pra pegar no sono, então começou a vir a minha mente algumas memórias de tudo o que eu vivi em 2010. Resolvi então colocar tudo aqui para deixar registrado o que se passou num dos melhores anos da minha vida e poder recordar mais pra frente. Então pra quem tiver o interesse de ler, eu recomendo muita paciência, hehe.

Pois é, 2010 começou também cheio de promessas. Depois de seis semestres de faculdade finalmente consegui ser aprovado por média em todas as disciplinas. A recompensa seriam 3 meses de férias, iniciando-se na metade de dezembro.

2010 chegou como muitos outros anos chegaram. Eu celebrando com meus pais no apartamento de Rogério e Ana, podendo ver os fogos de todos os cantos da cidade. Em seguida era hora de bater o pé na Avenida e festejar até o dia amanhecer. E assim começou o primeiro dia do ano.

Não muito depois, era hora de seguir para Tamandaré. Depois de muito trabalho, conseguimos arrumar uma casa, não muito grande, não muito confortável, mas que tinha o necessário para atender nossos desejos. E assim sucederam-se duas semanas de muito sol, calor, bebida, música, arriação e etc. Num dos finais de semana podia-se contar quase 20 pessoas na casa, isso logo nos primeiros dias. Parecia que a casa não ia aguentar, mas ela se manteve firme até o final, mesmo alguém tendo roubado a bomba da casa um dia.

Foram duas semanas bem divertidas, pena que os magos André, Bat, Pedrinho e Abath não aguentaram o rojão e pularam fora depois do primeiro fim de semana, hehe. Acho que passar duas horas durante a madrugada num local escuro tentando desatolar o carro de Dudu os deixou cansados demais. Somente Ulysses e Victor Hugo tiveram fôlego para continuar na casa nos dias seguintes. Dias esses que foram bastante animados, graças às maluquices de Egmont, Cireno, Dentinho, Sherman e Baby que tentaram a todo custo, mas sem sucesso, colocar a nossa querida casa a baixo.

Não há como se esquecer do desespero de Zé Pedro tentando vender 7 abadás do show do fim de semana a 20 reais, quando os cambistas estavam vendendo a 15, 10 reais. E o miserável ainda conseguiu vender tudo. Buguno como sempre cagando pra tudo e pra todos, só queria saber de comer, beber e dar carrinho. Bodão que só dormia umas cinco horas por dia e quando acordava, a primeira coisa que fazia era beber uma cerveja. Assis sempre esculhambando todo mundo e fazendo pouco caso da nossa querida casa, indo almoçar e dormir no conforto da casa dele e nunca nos convidava. Souto com seu carro sempre disponível para nos levar pra todos os cantos na maior boa vontade. Falando em carro, o meu novamente me tirou do sério, com bateria arriando e o carai a quatro.

E como não podia deixar de mencionar, as negas que deixavam nossos dias de praia mais bonitos, apesar de não cozinharem e não arrumarem a casa (excetuando-se Laura e Maíra, e talvez Luana). De resto, Laurão, Carol, as Camilas, Bruna e Karen só queriam saber de farra. Pareciam estar querendo competir com as negas de Arcoverde, que por sinal foram muito hospitaleiras e nos acolheram em sua casa diversas vezes durante esse período. Por fim ainda tivemos a ilustre presença dos Rockstars Bobinho e Rabicoh para fazer um som com a gente durante alguns dias.

Voltando para Recife, era hora de descansar um pouco e aproveitar o fim do mês fazendo tudo o que eu tinha direito a fazer nas férias e, enquanto isso, fazer a contagem regressiva para o carnaval. Afinal, fim de janeiro siginifica início das prévias de carnaval. E numa delas tive a infelicidade de, pela segunda vez, ter meu carro arrombado e me ver afastado do meu querido som. Foi uma noite cabulosa. Talvez a pior do ano. Mas eu não podia me deixar abalar por conta disso, afinal era carnaval.

E carnaval sem os Doutores de Olinda não é carnaval. Mais uma vez o bloco mais querido da cidade saiu às ruas, liderado por Thiago Coxinha e sua trupe de médicos de plantão, desta vez contando com a participação especial de Denis, que mesmo estando na distande e fria Alemanha, pôde participar do carnaval através de uma bela foto que retratava toda a sua malandragem, e pegar todas pelas ladeiras de Olinda. As noites no Recife antigo também foram muito bem aproveitadas, até o último segundo, com a presença de toda a galera de Tamandaré e de Olinda para celebrar o fim de mais um carnaval.

Então era hora de descansar mais um pouco e contar os dias para a viagem ao Rio de Janeiro. Um fim de semana na casa da minha irmã, ao lado do meu querido sobrinho João Ernesto. Um fim de semana tranquilo, sem muito turismo, apenas dando algumas saídas para comer em certos lugares (caros pra cacete) e esperando o domingo chegar. Domingo este que seria muito especial. Novamente eu estaria frente a frente com o quarteto do Coldplay, desta vez na Praça da Apoteose. Nome que combina perfeitamente com o show que presenciei. Mais uma apresentação fantástica dessa banda genial para que eu me despedisse das férias em grande estilo. Mas como as férias ainda não haviam terminado, havia espaço para mais uma reunião na casa de Júlio com direito a muita cerveja, whisky e pitú até o sol nascer.

Então veio o mês de março. Era hora de botar a cabeça no lugar novamente e me concentrar para mais um semestre de faculdade, desta vez estava muito mais tranquilo devido ao sucesso do semestre anterior. Mas antes de começarem as aulas era preciso me inscrever para o programa de intercâmbio da faculdade. A Alemanha ainda era um sonho distante, mas atingível. Os ensaios com a banda Indieana ao lado de Renê e Cunhão não foram para frente devido à saída do nosso guitarrista Dênis. E com a minha possibilidade de viajar para a Alemanha também não daria para continuarmos com o projeto. Talvez seja essa a única coisa que eu me sinta chateado por não ter conseguido fazer, um show com a banda.

E as aulas começaram. Certamente Cálculo 4 era a disciplina que mais me ameaçava devido aos insucessos nas disciplinas anteriores, mas eu estava convicto de que desta vez eu me daria bem. As demais disciplinas não deveriam ser uma grande ameaça, mas também não deveriam ser menosprezadas. E os meses de março e abril seguiram com suas doses de estudo e farras. Um semestre muito bem aproveitado, desta vez com poucas partidas de dominó, mas muitas partidas de poker nas sextas na biblioteca do ctg junto aos companheiros Gerson, Andreas, Gustavo (que me fez perder muitos 5 reais nessas mesas de poker, incluindo uma mão que eu considero como a maior derrota já sofrida na minha vida). Foram também muitas tardes descobrindo o meu mais novo vício, açaí na tigela, sempre na companhia de Gustavo, ou de Béber, Kepler ou Hélio. O último açaí viria a ser o açaí da vitória, tendo tomado o açaí poucas horas antes da temida final de cálculo. As tardes no amigão regadas a uma cervejinha e porções de fritas para acompanhar os jogos da Champions League. Infelizmente não houveram muitas peladas na casa de Bruninho, mas as poucas que tiveram certamente foram muito bem aproveitadas. Apesar de Fernando, Paulo, Cabanne e Cecelo estarem sempre brigando pra ver quem dava mais show, acho que Deeennys foi sem dúvida o grande craque das peladas nesse período, hehe.

E mês de abril significa mês de semana santa. Nada como um bom feriado para a galera descansar ou encher a cara. Tive o prazer de passar o feriado na casa do grande amigo Thiago Vaz, com uma turma gente boa e tomando um Chivas.

À medida que os dias de maio se passavam, era hora de começar a avaliar a situação das disciplinas da faculdade e ver quais estavam tranquilas e quais necessitavam de mais atenção. Em meio a tudo isso, era preciso resolver as documentações do intercâmbio, pois eu havia sido pré selecionado. Era hora de decidir a faculdade que eu gostaria de ir, quais disciplinas cursar e etc. E se tem uma coisa que me tirou do sério nesse período foi isso. Tendo que correr o tempo todo atrás do coordenador do curso para que ele assinasse esse e aquele documento. No fim deu tudo certo e eu pude finalmente enviar todos os documentos para a Universidade de Braunschweig. Agora só me restava torcer e esperar.

Enquanto esperava, nada melhor para desviar um pouco a minha atenção do que a Copa do Mundo. Um mês inteirinho cheio de jogos legais para fazer a gente estudar menos do que devia. Nesse meio tempo tive o prazer de organizar uma festa de aniversário durante o jogo Brasil x Costa do Marfim e poder contar com todos os meus amigos e alguns parentes nesta grande celebração. Sem dúvida um dos melhores dias do ano.

Mas infelizmente o Brasil não venceu a Copa. Mas isso não era motivo para perder o interesse no evento. Não mesmo. No final tudo deu certo. Veio a minha carta de aceitação da Universidade de Braunschweig e agora era hora de esperar o semestre terminar e organizar tudo para a viagem. O final do período veio, apertando como sempre, mas consegui ser aprovado em todas as disciplinas. Sacrifiquei (em parte) o jogo do Brasil contra o Chile para estudar para a prova de PO2. Enquanto a faculdade estava deserta, ficamos eu Paulino, Tiozão, Gustavo e Gil na sala do D.A. com um computador ao lado acompanhando todos os lances do jogo. Para fechar o semestre com chave de ouro, acompanhei a grande final da Copa num barzinho em Aldeia com Gustavo e de depois tivemos uma noite de estudo intenso para a final de Cálculo 4 e ambos fomos bem sucedidos.

Era metade de julho quando tudo enfim acabou. Não precisava mais me preocupar com minha faculdade, apenas com os preparativos da viagem. O resto do mês passou como um foguete e agosto veio para eu fazer tudo que faltava e me despedir de todos. Foram vários fins de semana em lugares como o The Pub, acompanhando o som das bandas Papaninfa, Bora Johnny e Tio Fred na maioria das vezes na companhia do grande Coninho e de Ed. Fins de semana jogando dominó com André e Artur, saindo para tomar uma com Ulysses e Salemi e aproveitando meus últimos laças burguers.

Quando veio agosto todos voltaram à rotina, mas eu estava de férias ainda, apenas contando os dias para a minha viagem. Dormindo muito, comendo muito (muito açaí e laça búrguer), malhando muito, indo todas as sextas na faculdade para tirar onda da cara do povo que tinha aula e aproveitando para tomar uma cerveja no Bar do Cavanhaque, afinal eu precisava começar a beber cerveja. Foram muitas sextas divertidas ao lado dos companheiros já citados e outros como, Bil, Preá, Fábio, Arthurzinho, Rafael, Luís, Buba e etc.

Por fim chegou setembro e era hora de fazer as despedidas. A última sexta no cavanhaque. O último show da Papaninfa, da Bora Johnny, a última noite no the Pub, a última partida de poker, último dia de praia tomando uma cervejinha ao lado do grande Júlio, o último rodízio de carne, a última reunião com a família, última reunião com os amigos, o último almoço no Bode, e por fim, o último Laça Coração, minutos antes de eu embarcar para a Europa.

Daí pra frente o resto vocês já sabem, então melhor parar por aqui porque eu já me demorei por demais. Aos que não foram mencionados saibam que vocês também são muito queridos e considerados pela minha pessoa. Espero que não fiquem chateados, hehe.

Sem dúvida foi um ano genial.