terça-feira, 24 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Páscoa, enfim um feriado
E então na metade de abril a minha rotina em Hamburgo começou a se estabelecer. Acordando cedo para ir ao estágio, de tarde uma passada na academia pra dar aquela carga e dependendo da disponibilidade eu passava no alojamento de Rodolfo e Marina pra fazer aquele jantar bem família.
O estágio também foi se tornando mais interessante, embora eu continuasse sem ter condições de ajudar muito. O fato é que havia algumas coisas que eram mais complexas e levariam tempo para serem explicadas, e haveria ainda o obstáculo do idioma alemão. Apesar de eu já estar num estágio bem desenvolvido eu não posso me considerar fluente no idioma. Então os chefes de departamento se limitavam a me dar um esclarecimento geral de como funcionavam as coisas na empresa, sem entrar muito em detalhes. Eu aprendia o básico e ajudava com o que podia.
E então, ao final do mês de abril, pude finalmente ter a oportunidade de desfrutar o meu primeiro feriado de verdade desde a minha vinda para a Alemanha. Uma sexta e uma segunda sem trabalho para celebrar o feriado da Páscoa. Eu não estava interessado em passar quatro dias em Hamburgo, mas não havia planejado nenhuma grande viagem para esse período. A solução foi tentar visitar algumas cidades próximas o suficiente para não se gastar tanto dinheiro com a passagem de trem e haver tempo o suficiente para se visitar a cidade durante uma tarde e voltar para Hamburgo no mesmo dia para não ter que gastar dinheiro com albergue também. A cidade escolhida para a sexta foi Lübeck. A companhia, Rodolfo e Marina.
Pegamos nosso trenzinho na sexta de manhã e em menos de uma hora estávamos em Lübeck. A primeira coisa que me chamou atenção foi o fato do centro da cidade também ser circundado por um rio, assim como Braunschweig. A cidade era menor do que eu imaginava. Em cerca de seis horas conseguimos ver o centro todo. Foi o velho esquema de caminhar, tirar fotos e comer alguma coisa. Um dia tranquilo e bem interessante. Tudo isso debaixo de um solzinho como a muito tempo eu não via e agradáveis 20 graus de temperatura. No final da tarde já estávamos em Hamburgo novamente para decidir qual seria o próximo destino. Depois de mundo tempo de discussão resolvemos que a cidade a ser visitada no sábado seria Potsdam.
Só que agora não eram apenas 45 minutos de trem. Eram 4 horas e meia mesmo. Saímos de Hamburgo bem cedo, para chegar em Potsdam por volta de meio dia. A viagem foi até menos cansativa do que eu esperava. Enfim estávamos em Potsdam, cidade que basicamente é constituída de um parque gigantesco e alguns palácios e outras construções que ficam espalhadas pelo território do parque. O sol foi novamente camarada, nos acompanhando durante todo o passeio e proporcionando um clima ameno. Foi um passeio interessante. Mais fotos, mais caminhadas, mais uma parada para uma cervejinha e no final da tarde ainda tivemos um tempinho para descansar um pouco no gramado bem cuidado de uma ilha chamada Freundschaft Insel, ou Ilha da Amizade e celebramos nossa Páscoa fazendo uma troca de chocolates.
Foi uma troca de chocolates mesmo, nada de ovo de Páscoa. Aqui na Alemanha não tem essa de você chegar no supermercado e ter um corredor gigante lotado de ovos de Páscoa de tudo que é tamanho, preço e marca. Você encontra um ou outro ovo de chocolate perdido em alguma prateleirazinha. O pessoal aqui gosta é de pegar um ovo de galinha normal e pintar da cor que quiser e pegar uma cestinha para colocar vários ovos coloridos para servir de decoração. Se comem os ovos depois eu não faço a menor ideia.
E então encaramos mais quatro horas e meia e várias trocar de trem para voltar de Potsdam para Hamburgo. O domingo foi aquele domingo bem com cara de domingo. Dormir até tarde, ficar o dia todo no quarto deboando e esperando a segunda chegar. Mas a segunda pelo menos era feriado também.
Então na segunda de manhã rolou um café da manhã de Páscoa com Rodolfo e a turma do andar dele, uma galera bem gente boa. Depois desta celebração de amizade e união fomos todos para o Stadtpark ficar deboando pelo resto da tarde. O sol da primavera é bem quentinho. O parque cheio de gente. Programa de fim de semana e feriado de alemão é simplesmente esse. Ir para o parque tomar sol, tomar cerveja, fazer um churrasquinho e ficar por lá até a temperatura começar a baixar. No nosso caso trocamos a parte do churrasquinho pelo violão de Rodolfo. E assim a tarde passou rapidamente, era hora de voltar para casa e retomar o batente na empresa no dia seguinte.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Brazilian Party!
Então finalmente chegou mais um final de semana. Desta vez eu visitaria Braunschweig mais uma vez. E chegando lá já dou de cara com um rosto novo, depois um segundo, mais tarde um terceiro, etc. Pois é, a gangue brasileira tinha aumentado ainda mais. Pena que agora não havia praticamente nenhum argentino para rivalizar conosco. Fazendo uso da nossa nobreza e boa vontade, acabamos por acolher Dámian, aquele que um dia foi o líder dos argentinos, no nosso grupo. Teremos mais alguns meses para fazer dele um brasileiro de verdade.
Como agora Braunschweig será somente um reduto de festas de fim de semana para mim então nem preciso entrar muito em detalhes sobre o que rolou de noite. Reencontrei velhos amigos, tomamos umas, falamos besteira e no final da noite havia um sofazinho confortável me aguardando. Até semana que vem, Braunschweig. Hamburgo aguarda o meu retorno.
E como eu havia dito antes, Braunschweig seria a cidade das festas. E num certo final de semana haveria uma festa muito, mas muito especial. A Brazilian Party in Braunschweig. Uma festa organizada pela turma brasileira da cidade e com apoio do nosso colega argentino Dámian.
Aos poucos tudo foi sendo organizado. Como hoje em dia o Facebook é a rede social que comanda, foi criada uma página do evento no site, convidamos uma caralhada de gente e começamos a anunciar a festa. Eu acompanhava tudo de longe lá em Hamburgo. Aos poucos a galera foi confirmando presença. Mas quando anunciamos que limitaríamos o número de convidados a 200 em poucos dias atingimos este número.
Agora sabíamos que a festa daria gente. Só faltava comprar as bebidas. Numa tarde de sábado peguei novamente meu trenzinho e cheguei em Braunschweig pra ajudar a turma com os últimos detalhes. Fizemos uma reuniãozinha para definir quem ia ficar trabalhando e se disponibilizaria a rachar tanto os possíveis lucros como os possíveis prejuízos da festa. Eu não ficaria de fora dessa de jeito nenhum. A legião toda estava lá. Os organizadores Poli e Alex, o DJ Gobbi e o resto da turma. Guilherme, Barretão, Kássio, Marcell, Rominho, Rodrigo, César e Barata. Falei o nome de um por um só para dar uma ideia de como a comunidade brasileira em Braunschweig ficou grande. Agora estava tudo pronto. Era só esperar a galera chegar.
E então a turma foi chegando de leve. No início ficamos meio enrolados no bar, mas aos poucos fomos pegando o jeito da coisa. Chegava um cara, pedia uma cervejinha, depois outras três pessoas pedindo vodka com red bull e etc. Mas a grande estrela da noite foi de fato a caipirinha. Mais da metade da turma que chegava no bar pedia caipirinha. Também, como o nosso trunfo era vender bebidas a um preço barato, colocamos cerveja, refrigerante, suco e shots a 1 euro enquanto os long drinks e a caipirinha sairiam por 2 euros. Como europeu é acostumado a pagar pelo menos 5 euros num copo de caipirinha eles agressivaram valendo na nossa caipirinha barata.
Ainda no início da festa sofremos uma baixa no staff. Um colega fez a proeza de ao invés de cortar o limão para a caipirinha cortar o próprio dedo e teve que ser levado para o hospital, mas nada que fosse além de uns quatro ou cinco pontos e uns esparadrapos. O serviço no bar não podia parar. A caipirinha voou num instante e tivemos que dar um jeito de comprar mais algumas garrafas de Pitú. Mas paramos de servir depois que o segundo lote acabou, pois simplesmente não tínhamos quase nada de lucro vendendo um copo de caipirinha a 2 euros.
E o tempo foi passando. Eu fiquei a maior parte do tempo no bar servindo a galera enquanto tentava tomar minha cervejinha e de vez em quando saía para dar uma volta para falar com alguns amigos e ver como estava o andamento da festa. Estava tudo perfeito.
E aos poucos a Pitú foi mostrando seu poder. De repente comecei a ver altas galeras em estado de loucura. Todo mundo muito louco, mas sem brigas ou confusões. Ficou provado que os europeus não aguentam tomar muita cachaça. Teve francês muito louco, italiano muito louco, espanhol, peruano... Até brasileiro de uma turma que havia vindo de Berlin para prestigiar a festa teve que declarar game over. E assim conseguimos cumprir nossa missão. A Festa Brasileira havia sido um sucesso.
O dia amanheceu e finalmente todos haviam ido embora. Apenas os organizadores permaneceram. Eu dei um tempo na cerveja e pulei para o Red Bull pra conseguir enganar o cansaço por um tempo. Só não estávamos contando com o fato de que nosso amigo Poli tinha resolvido comprar uma cama nova para o quarto dele e queria ajuda para transportá-la até o quarto. Então lá fomos nós de nove da manhã a caminhar pela rua falando alto e rindo de qualquer besteira até o endereço do sujeito que estava vendendo a cama. Ajudamos a colocá-la na van e pegamos o caminho de volta para o nosso prédio. Tentamos convencer o cara da van a colocar todo mundo no bagageiro junto com a cama, mas não deu. Tivemos que voltar a pé mesmo.
Chegando no prédio a missão agora era levar uma cama gigante e cabulosa para o sexto andar. E lá fomos nós, cinco machos ainda um pouco sob efeito do álcool a subir seis andares de escadas com a maldita cama. Concluída a missão, me despedi rapidamente da turma e me mandei pra estação para pegar o trem de volta para Hamburgo, pois eu ainda tinha um compromisso importante antes de ir dormir.
O compromisso era uma avaliação física para poder me matricular na academia novamente, afinal eu já estava a quase dois meses parado e precisava retomar o meu preparo físico. No estado em que me encontrava eu pensei que não fosse conseguir fazer sequer 5 minutos de esteira ou 10 repetições de algum exercício. Mas acho que as latinhas de Red Bull me ajudaram nessa hora.
Terminado o compromisso fui reencontrar meus dois amigos num dos parques da cidade. De lá comemos aquele velho Döner para recuperar as energias, voltei para casa, tomei um banho, ainda conversei um pouco com minha mãe no skype e finalmente, depois de pelo menos umas 30 horas acordado, pude ter as minhas preciosas horas de sono. Mas se engana quem pensa que eu fiquei dormindo até meio dia ou mais. Nada disso. Já era segunda. Era hora de trabalhar.
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