terça-feira, 3 de maio de 2011

Brazilian Party!

Então finalmente chegou mais um final de semana. Desta vez eu visitaria Braunschweig mais uma vez. E chegando lá já dou de cara com um rosto novo, depois um segundo, mais tarde um terceiro, etc. Pois é, a gangue brasileira tinha aumentado ainda mais. Pena que agora não havia praticamente nenhum argentino para rivalizar conosco. Fazendo uso da nossa nobreza e boa vontade, acabamos por acolher Dámian, aquele que um dia foi o líder dos argentinos, no nosso grupo. Teremos mais alguns meses para fazer dele um brasileiro de verdade.

Como agora Braunschweig será somente um reduto de festas de fim de semana para mim então nem preciso entrar muito em detalhes sobre o que rolou de noite. Reencontrei velhos amigos, tomamos umas, falamos besteira e no final da noite havia um sofazinho confortável me aguardando. Até semana que vem, Braunschweig. Hamburgo aguarda o meu retorno.


E como eu havia dito antes, Braunschweig seria a cidade das festas. E num certo final de semana haveria uma festa muito, mas muito especial. A Brazilian Party in Braunschweig. Uma festa organizada pela turma brasileira da cidade e com apoio do nosso colega argentino Dámian.

Aos poucos tudo foi sendo organizado. Como hoje em dia o Facebook é a rede social que comanda, foi criada uma página do evento no site, convidamos uma caralhada de gente e começamos a anunciar a festa. Eu acompanhava tudo de longe lá em Hamburgo. Aos poucos a galera foi confirmando presença. Mas quando anunciamos que limitaríamos o número de convidados a 200 em poucos dias atingimos este número.

Agora sabíamos que a festa daria gente. Só faltava comprar as bebidas. Numa tarde de sábado peguei novamente meu trenzinho e cheguei em Braunschweig pra ajudar a turma com os últimos detalhes. Fizemos uma reuniãozinha para definir quem ia ficar trabalhando e se disponibilizaria a rachar tanto os possíveis lucros como os possíveis prejuízos da festa. Eu não ficaria de fora dessa de jeito nenhum. A legião toda estava lá. Os organizadores Poli e Alex, o DJ Gobbi e o resto da turma. Guilherme, Barretão, Kássio, Marcell, Rominho, Rodrigo, César e Barata. Falei o nome de um por um só para dar uma ideia de como a comunidade brasileira em Braunschweig ficou grande. Agora estava tudo pronto. Era só esperar a galera chegar.

E então a turma foi chegando de leve. No início ficamos meio enrolados no bar, mas aos poucos fomos pegando o jeito da coisa. Chegava um cara, pedia uma cervejinha, depois outras três pessoas pedindo vodka com red bull e etc. Mas a grande estrela da noite foi de fato a caipirinha. Mais da metade da turma que chegava no bar pedia caipirinha. Também, como o nosso trunfo era vender bebidas a um preço barato, colocamos cerveja, refrigerante, suco e shots a 1 euro enquanto os long drinks e a caipirinha sairiam por 2 euros. Como europeu é acostumado a pagar pelo menos 5 euros num copo de caipirinha eles agressivaram valendo na nossa caipirinha barata.

Ainda no início da festa sofremos uma baixa no staff. Um colega fez a proeza de ao invés de cortar o limão para a caipirinha cortar o próprio dedo e teve que ser levado para o hospital, mas nada que fosse além de uns quatro ou cinco pontos e uns esparadrapos. O serviço no bar não podia parar. A caipirinha voou num instante e tivemos que dar um jeito de comprar mais algumas garrafas de Pitú. Mas paramos de servir depois que o segundo lote acabou, pois simplesmente não tínhamos quase nada de lucro vendendo um copo de caipirinha a 2 euros.

E o tempo foi passando. Eu fiquei a maior parte do tempo no bar servindo a galera enquanto tentava tomar minha cervejinha e de vez em quando saía para dar uma volta para falar com alguns amigos e ver como estava o andamento da festa. Estava tudo perfeito.

E aos poucos a Pitú foi mostrando seu poder. De repente comecei a ver altas galeras em estado de loucura. Todo mundo muito louco, mas sem brigas ou confusões. Ficou provado que os europeus não aguentam tomar muita cachaça. Teve francês muito louco, italiano muito louco, espanhol, peruano... Até brasileiro de uma turma que havia vindo de Berlin para prestigiar a festa teve que declarar game over. E assim conseguimos cumprir nossa missão. A Festa Brasileira havia sido um sucesso.

O dia amanheceu e finalmente todos haviam ido embora. Apenas os organizadores permaneceram. Eu dei um tempo na cerveja e pulei para o Red Bull pra conseguir enganar o cansaço por um tempo. Só não estávamos contando com o fato de que nosso amigo Poli tinha resolvido comprar uma cama nova para o quarto dele e queria ajuda para transportá-la até o quarto. Então lá fomos nós de nove da manhã a caminhar pela rua falando alto e rindo de qualquer besteira até o endereço do sujeito que estava vendendo a cama. Ajudamos a colocá-la na van e pegamos o caminho de volta para o nosso prédio. Tentamos convencer o cara da van a colocar todo mundo no bagageiro junto com a cama, mas não deu. Tivemos que voltar a pé mesmo.

Chegando no prédio a missão agora era levar uma cama gigante e cabulosa para o sexto andar. E lá fomos nós, cinco machos ainda um pouco sob efeito do álcool a subir seis andares de escadas com a maldita cama. Concluída a missão, me despedi rapidamente da turma e me mandei pra estação para pegar o trem de volta para Hamburgo, pois eu ainda tinha um compromisso importante antes de ir dormir.

O compromisso era uma avaliação física para poder me matricular na academia novamente, afinal eu já estava a quase dois meses parado e precisava retomar o meu preparo físico. No estado em que me encontrava eu pensei que não fosse conseguir fazer sequer 5 minutos de esteira ou 10 repetições de algum exercício. Mas acho que as latinhas de Red Bull me ajudaram nessa hora.

Terminado o compromisso fui reencontrar meus dois amigos num dos parques da cidade. De lá comemos aquele velho Döner para recuperar as energias, voltei para casa, tomei um banho, ainda conversei um pouco com minha mãe no skype e finalmente, depois de pelo menos umas 30 horas acordado, pude ter as minhas preciosas horas de sono. Mas se engana quem pensa que eu fiquei dormindo até meio dia ou mais. Nada disso. Já era segunda. Era hora de trabalhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário