sábado, 21 de maio de 2011

Páscoa, enfim um feriado

E então na metade de abril a minha rotina em Hamburgo começou a se estabelecer. Acordando cedo para ir ao estágio, de tarde uma passada na academia pra dar aquela carga e dependendo da disponibilidade eu passava no alojamento de Rodolfo e Marina pra fazer aquele jantar bem família.

O estágio também foi se tornando mais interessante, embora eu continuasse sem ter condições de ajudar muito. O fato é que havia algumas coisas que eram mais complexas e levariam tempo para serem explicadas, e haveria ainda o obstáculo do idioma alemão. Apesar de eu já estar num estágio bem desenvolvido eu não posso me considerar fluente no idioma. Então os chefes de departamento se limitavam a me dar um esclarecimento geral de como funcionavam as coisas na empresa, sem entrar muito em detalhes. Eu aprendia o básico e ajudava com o que podia.

E então, ao final do mês de abril, pude finalmente ter a oportunidade de desfrutar o meu primeiro feriado de verdade desde a minha vinda para a Alemanha. Uma sexta e uma segunda sem trabalho para celebrar o feriado da Páscoa. Eu não estava interessado em passar quatro dias em Hamburgo, mas não havia planejado nenhuma grande viagem para esse período. A solução foi tentar visitar algumas cidades próximas o suficiente para não se gastar tanto dinheiro com a passagem de trem e haver tempo o suficiente para se visitar a cidade durante uma tarde e voltar para Hamburgo no mesmo dia para não ter que gastar dinheiro com albergue também. A cidade escolhida para a sexta foi Lübeck. A companhia, Rodolfo e Marina.

Pegamos nosso trenzinho na sexta de manhã e em menos de uma hora estávamos em Lübeck. A primeira coisa que me chamou atenção foi o fato do centro da cidade também ser circundado por um rio, assim como Braunschweig. A cidade era menor do que eu imaginava. Em cerca de seis horas conseguimos ver o centro todo. Foi o velho esquema de caminhar, tirar fotos e comer alguma coisa. Um dia tranquilo e bem interessante. Tudo isso debaixo de um solzinho como a muito tempo eu não via e agradáveis 20 graus de temperatura. No final da tarde já estávamos em Hamburgo novamente para decidir qual seria o próximo destino. Depois de mundo tempo de discussão resolvemos que a cidade a ser visitada no sábado seria Potsdam.

Só que agora não eram apenas 45 minutos de trem. Eram 4 horas e meia mesmo. Saímos de Hamburgo bem cedo, para chegar em Potsdam por volta de meio dia. A viagem foi até menos cansativa do que eu esperava. Enfim estávamos em Potsdam, cidade que basicamente é constituída de um parque gigantesco e alguns palácios e outras construções que ficam espalhadas pelo território do parque. O sol foi novamente camarada, nos acompanhando durante todo o passeio e proporcionando um clima ameno.  Foi um passeio interessante. Mais fotos, mais caminhadas, mais uma parada para uma cervejinha e no final da tarde ainda tivemos um tempinho para descansar um pouco no gramado bem cuidado de uma ilha chamada Freundschaft Insel, ou Ilha da Amizade e celebramos nossa Páscoa fazendo uma troca de chocolates.

Foi uma troca de chocolates mesmo, nada de ovo de Páscoa. Aqui na Alemanha não tem essa de você chegar no supermercado e ter um corredor gigante lotado de ovos de Páscoa de tudo que é tamanho, preço e marca. Você encontra um ou outro ovo de chocolate perdido em alguma prateleirazinha. O pessoal aqui gosta é de pegar um ovo de galinha normal e pintar da cor que quiser e pegar uma cestinha para colocar vários ovos coloridos para servir de decoração. Se comem os ovos depois eu não faço a menor ideia.

E então encaramos mais quatro horas e meia e várias trocar de trem para voltar de Potsdam para Hamburgo. O domingo foi aquele domingo bem com cara de domingo. Dormir até tarde, ficar o dia todo no quarto deboando e esperando a segunda chegar. Mas a segunda pelo menos era feriado também.

Então na segunda de manhã rolou um café da manhã de Páscoa com Rodolfo e a turma do andar dele, uma galera bem gente boa. Depois desta celebração de amizade e união fomos todos para o Stadtpark ficar deboando pelo resto da tarde. O sol da primavera é bem quentinho. O parque cheio de gente. Programa de fim de semana e feriado de alemão é simplesmente esse. Ir para o parque tomar sol, tomar cerveja, fazer um churrasquinho e ficar por lá até a temperatura começar a baixar. No nosso caso trocamos a parte do churrasquinho pelo violão de Rodolfo. E assim a tarde passou rapidamente, era hora de voltar para casa e retomar o batente na empresa no dia seguinte.

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