terça-feira, 1 de maio de 2012

Um merecido descanso em Braunschweig

Então mais um mês de intercâmbio estava chegando ao fim. junho estava se despedindo, mas havia trazido com ele o verão, ótimas viagens e shows fantásticos. E julho prometia ser um mês ainda mais intenso.

Se tem uma coisa que é tão boa quanto viajar é planejar a viagem. O intercâmbio já estava na reta final. Em um mês e meio eu voltaria para minha querida cidade natal, e então era hora de me programar para visitar os locais que eu ainda estava interessado em ir. Com o período e o roteiro da viagem com os meus pais já definida, além das datas do Oxegen Festival na Irlanda e um show de Bon Jovi em Düsseldorf, eu precisava me organizar para que cada um destes eventos se interligasse de maneira perfeita.

E assim, depois de muitas pesquisas, eu finalmente conclui todo o planejamento da minha última viagem, que começaria no dia 7 de julho e se encerraria no dia 30. Tudo cuidadosamente preparado como vocês podem conferir a seguir:

Dia 6 - Saída de Braunschweig durante a tarde, pegar um trem para Bremen, pernoitar na Hauptbahnhof e seguir para o aeroporto.
Dia 7 - Chegada de manhã em Dublin, me encontrar com Rodrigo e Maria e turistar com eles pela cidade.
Dias 8/9/10 - Oxegen Festival.
Dia 11 - Mais um dia de turistagem em Dublin.
Dia 12 - Pegar um voo de Dublin para Bruxelas, turistar em Bruxelas.
Dia 13 - Pegar um trem de Bruxelas para Düsseldorf, ver o show de Bon Jovi, pernoitar na cidade.
Dia 14 - Pegar um trem de Düsseldorf para Braunschweig, arrumar minha mala, relaxar um pouco, dormir.
Dia 15 - Acordar cedo para pegar um trem até Munique, me encontrar com meus pais e turistar em Munique.
Dia 16 - Turistar em Munique.
Dia 17 - Turistar em Munique, alugar um carro e dirigir até Füssen/Schwangau.
Dia 18 - Visitar os castelos alemães e turistar pelas cidadezinhas.
Dia 19 - Seguir de carro até Konstanz e turistar por lá.
Dia 20 - Pegar um trem para Stuttgart e turistar mais um pouco.
Dia 21 - Turistar em Stuttgart.
Dia 22 - Pegar um trem para Paris e turistar por lá até o dia 25.
Dia 25 - Pegar um voo de Paris para Bratislava.
Dia 26 - Turistar em Bratislava.
Dia 27 - Pegar um trem de Bratislava para Viena e turistar em Viena.
Dia 28 - Pegar um trem de Viena para Munique, visitar minha amiga Camilla e fazer uma farra durante a tarde e a noite e pernoitar na Hauptbahnhof.
Dia 29 - Pegar um trem para Berlin, me encontrar com meu amigo Assis e seus colegas, e acompanhá-los na turistagem pela cidade.
Dia 30 - Enfim, pegar um trem de volta para Braunschweig.

Nada mau não é? Mas ainda vai haver muito tempo para essas histórias serem contadas, pois naquele momento eu estava em Braunschweig e tinha uma semana para relaxar ao máximo.

E assim a semana seguiu. Uma ida no boliche, uma ida num clube para nadar um pouco, umas cervejinhas e um churrasquinho no parque com a galera (acho que foi mais ou menos nessa época que nosso estoque de mais de vinte grades de cerveja que estavam no quarto de Poli e Guilherme desde a festa brasileira no final de abril finalmente acabou). Posso garantir com absoluta certeza que por causa dessa festa a cerveja que eu mais consumi na Alemanha se chama Hasseröder. Nesse período eu passei um tempo como convidado no quarto de Rominho e no quarto de Poli e Gui, então eu tive que compensar o incômodo preparando o jantar e lavando a louça da galera de vez em quando. A turma tomou gosto pela cozinha do apartamento dos dois. Quase toda noite tinha gente esperando pra filar o jantarzinho que era preparado lá.

 Uma tarde no parque com direito a um churrasco alemão e algumas cervejas Hasseröder na companhia de Alex, Barretão e do Meninão.

Uma das noites dessa semana acabou ficando marcada quando Kássio adentrou o quartel general dos brasileiros, vulgo quarto 40609 de Poli e Gui, erguendo seu pen drive como se fosse um troféu e dizendo que ali dentro estavam todos os arquivos necessários para a instalação do jogo Counter Strike. Nos instantes que se sucederem todos estavam indo para suas casas para trazer seus notebooks e instalar o jogo. O resultado final desta brincadeira foram algumas tardes e noites desperdiçadas na frente do computador por causa de um joguinho de tiro que todo mundo jogava quando tinha entre seus 10 a 15 anos de idade e eu só havia jogado umas três ou quatro vezes na vida. Obviamente então eu fui o maior fregue de todas as noites. Sempre era o que mais morria e o que menos matava. No auge da nossa jogatina chegamos a reunir dez pessoas conectadas ao mesmo servidor, estando todas elas confortavelmente instaladas no quartel e jogamos por horas e mais horas noite adentro.
O time formado por Kássio, Rodrigo e eu tentando derrotar nossos adversários que se encontravam no quarto ao lado, numa das inúmeras partidas de CS que jogamos durante essa semana.

Nessa rotina de acordar a qualquer hora, ir almoçar no Mensa, passar a tarde planejando minha viagem, escrever no blog, jogar counter strike, dar uma volta de bicicleta pela cidade, jantar, saír pra tomar uma cerveja num bar, ir pra uma festa numa boate e etc, a semana passou rapidamente.

E então chegou a noite de terça. Noite de Jolly Joker. Só que a galera não estava muito animada para ir pra lá, apenas Marcell, e eu acabei não me empolgando também e resolvi ficar em casa. Alguém tinha baixado mais um filme pra gente assistir. Um filme chamado Tron. Só que o filme era tão tosco que depois de uma meia hora eu comecei a considerar a possibilidade de ir para a Joker. Liguei para Marcell que me disse que a casa estava cheia de gente e que estava muito legal por lá. Não tive dúvida. Troquei de roupa rapidinho e corri para a parada de ônibus para pegar o último busão da noite.

E dentre todas as decisões que eu tive que fazer durante o período de intercâmbio, sem dúvida essa de não continuar assistindo o filme e ir para a Jolly Joker, a boate favorita da galera de Braunschweig.

Só que se por um lado não havia como a noite ter terminado melhor, o dia que tinha tudo para ser maravilhoso acabou por me trazer uma série de acontecimentos que me levou a um dos maiores níveis de desespero que eu pude experimentar durante toda a minha vida. Mas essa história merece um capítulo só para ela.

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