segunda-feira, 20 de junho de 2011

Deutsche Reise - Ibiza, parte 1

A minha jornada na Stulz havia finalmente chegado ao fim. Foram dois meses puxados, mas bem interessantes. Apesar de eu não ter tido condições de executar tarefas e projetos mais complexos pude aprender bastante sobre o dia a dia da empresa e como os departamentos trabalham e se interrelacionam. E ainda tive a oportunidade de praticar o idioma por oito horas diárias. Gostaria de mandar meus agradecimentos para meu cunhado Ernesto pela oportunidade que me foi dada e dizer que foi uma experiência única que ajudou no meu desenvolvimento profissional e que com certeza me trará outros benefícios no futuro.

Encerrei meu contrato na quarta feira, agradeci ao pessoal mais próximo pela oportunidade e o tempo dedicados a mim, almocei e fui imediatamente para a Hauptbahnhof pegar um trem para Bremen. Lá haveria um avião me esperando no aeroporto para me levar a Ibiza, além de um pequeno grupo composto por outras onze pessoas. Sete brasileiros, Guilherme, Barretão, Rominho, Rodrigo, Alex, Kelly e Serjão (um tiozão muito engraçado que era professor do Cefet do Rio e estava fazendo um mestrado (ou doutorado, não lembro exatamente qual) em Braunschweig e havia conhecido o pessoal sabe-se lá como. Para completar o grupo havia nosso amigo alemão Christoph, uma espanhola, Marina e o nosso argentino favorito Damián e um amigo argentino dele Pablo.

Ibiza, nunca imaginei que estaria lá tão cedo. A Ryanair estava me dando a chance única de conhecer essa maravilhosa ilha por apenas 60 euros. Quando a turma me informou sobre esta viagem e eu constatei que a data coincidia exatamente com o dia em que eu encerraria meu estágio eu não pensei duas vezes, entrei na internet e comprei minha passagem imediatamente. Desta vez não tive nenhum imprevisto com a Ryanair, tudo ocorreu sem nenhum tipo de problema.

Não tivemos problema nenhum com a Ryanair. Já com a locadora de carros a história foi bem diferente. Para cada carro eles pediam um depósito de 500 euros para servir como caução, como eram três carros, precisavamos pagar 1500 euros. Só que cada carro tinha que estar registrado no nome de uma pessoa e esta pessoa teria que ter os 500 euros disponíveis em sua conta. Somente Damián e Alex tinham condições de ficarem responsáveis por um carro. Os demais ou estavam sem carteira de motorista ou não tinham a quantia necessária. Como eu tinha a carteira e o dinheiro me ofereci para colocar o terceiro carro no meu nome. Só que a funcionária da companhia disse que com 18 anos era permitido dirigir, mas a locadora só registrava o carro para pessoas a partir de 22 anos. Nunca imaginei que com 21 eu fosse me sentir um moleque.

No fim das contas tivemos que ficar apenas com dois carros mesmo. Não parecia ser um grande problema. Considerando que era uma ilha podíamos usar um dos carros para fazer duas viagens sempre que quiséssemos ir para algum lugar. Não seria tão demorado assim.

Só que a tal da ilha não era uma ilhazinha qualquer não. Era muito maior do que eu imaginava. No caminho para nosso albergue não vimos um sinal sequer do mar, só montanhas. Outra coisa que pudemos constatar também foi que Damián era um péssimo motorista. Ele tentava se guiar através do GPS de Christoph, mas isso só atrapalhava. Já no dia seguinte descartamos o GPS, pois havia placas em todos os cantos para nos indicar os caminhos que deveríamos seguir. Agora quando eu quiser reclamar de alguém no trânsito, ao invés de dizer que a pessoa tirou carteira na paraíba vou dizer que tirou na Argentina.

O nosso albergue na verdade era mais uma pousada do que um albergue. Quartos bem confortáveis, toalhas em cima da cama como num hotel, camareiras todos os dias para dar um trato no quarto, tudo a um preço bem camarada. Havíamos tido sorte com a nossa habitação. Mas sabíamos que Ibiza não era nem de perto um lugar barato, então tínhamos que economizar onde fosse possível. E uma das formas de economizar era comprando no supermercado a comida do café da manhã e dos lanches.

Primeira manhã em Ibiza, hora de pegar o mapa (daqueles de papel mesmo, nada de gps fajuto), decidir para qual praia iríamos e então subir as montanhas. As estradas eram totalmente conservadas, mas era um tal de sobe e desce, curva pra esquerda e pra direita o tempo todo. Acho que ninguém esperava que a ilha fosse ser tão grande assim. Chegamos na primeira praia, tiramos algumas fotos aqui e ali, e quando eu botei o pé na água... medo! Gelada pra caramba! Resolvi que era melhor ficar só de boa, apreciando a paisagem, até porque eu ainda não tinha passado protetor e não estava afim de virar um camarão já no primeiro dia de praia. Mas os outros não pareceram se importar muito com isso. Depois de um banhozinho no mar e algumas fotos, pegamos a comida no carro, procuramos uma sombra e fizemos aquela velha farofada. Pão, presunto, queijo, frutas, água, suco, tudo o que um bom café da manhã precisa ter. Não preciso nem dizer que eu me empanturrei de pão, hehe.

Só que já nessa primeira parada rolou um pequeno acidente. Nosso querido tio Serjão caiu de uma pedra, deu uma ralada na perna e teve alguma bronca com o joelho. Ainda tivemos tempo de seguir para uma outra praia (também com a água geladinha) e deboar mais um pouco. Depois tivemos que passar numa farmácia, comprar uns remédios pra Serjão e alugar um par de muletas para o mais novo aleijadinho do pedaço.

Chegando a noite, era hora de começar os preparativos das fiestas. Como era uma quinta feira e a alta temporada ainda não havia começado nenhum dos nightclubs fodões de ibiza abriria nesta noite. Nossa opção era passear pela cidadezinha de San Antoni onde estávamos hospedados. Logo encontramos a rua dos bares e boates onde se concentrava a grande maioria da galera que estava na cidade. E o que vimos foi uma verdadeira invasão britânica. O que tinha de inglês nessa rua chegava a ser irritante. E a turma fica do lado de fora dos bares chamando o povo que está na rua para entrar. Abordavam a gente com aquele sotaquezinho cabuloso e falando feito retardados (hey guys... here...two beers...pay one...nice... yeah!). E quando entrávamos nos estabelecimentos a maioria estava praticamente vazia. O grande momento da noite foi protagonizado por duas piriguetes que encenaram uma luta livre no meio da rua. A melhor parte da noite foi que eu acabei não gastando dinheiro com bebida na rua.

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